Por Alexandra Cavaler

A aproximação da primavera em Criciúma traz cores e temperaturas mais amenas, mas também aumenta os cuidados necessários com a saúde. O clima mais seco, a concentração de pólen e as variações de temperatura favorecem o surgimento de doenças respiratórias, dermatológicas e oculares, especialmente entre crianças e idosos, que estão entre os grupos mais vulneráveis.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Andréa Goulart Oliveira, os problemas mais comuns neste período são rinite alérgica, asma, varicela (catapora) e, principalmente, a conjuntivite.

“A conjuntivite é uma das doenças mais frequentes nesta época do ano. Ela causa muito incômodo, com olhos vermelhos, coceira e lacrimejamento, além de ter alto risco de contágio nas formas viral e bacteriana”, explica Andréa.

Frequência escolar

Ainda de acordo com Andréa, quando os sintomas aparecem, os cuidados devem se estender às escolas e creches. “Crianças com conjuntivite viral ou bacteriana devem ser afastadas da escola por pelo menos dois a três dias, até que não apresentem mais sinais de infecção. Já a conjuntivite alérgica não exige afastamento, pois não é contagiosa, mas pode comprometer o rendimento escolar pelo desconforto que causa”, ressalta a coordenadora.

Notificação de Casos

Questionada sobre a obrigatoriedade das notificações à Vigilância Epidemiológica, a coordenadora explica que as mesmas só ocorrem em casos de surto, definidos como dois ou mais casos em um mesmo espaço, em curto intervalo de tempo. “Nessas situações, adotamos medidas coletivas, como afastamento de alunos, intensificação da limpeza e campanhas educativas. É importante destacar que, em 2025, não registramos nenhum surto de conjuntivite em Criciúma”, informa Andréa.

Além disso, apesar dos riscos, com informação e prevenção, de acordo com Andréa, é possível aproveitar a estação de forma saudável. “A primavera pode ser uma estação encantadora, mas exige atenção redobrada à saúde. Com medidas simples de prevenção e informação adequada, é possível proteger os mais vulneráveis e evitar que doenças comuns se tornem grandes problemas. Em caso de sintomas persistentes ou agravamento, procure orientação médica e siga as recomendações das autoridades sanitárias”.

Conjuntivite: prevenção é fundamental

Para evitar a disseminação da doença, a coordenadora orienta medidas simples de higiene e cuidados diários:

• Lavar as mãos frequentemente;

• Evite coçar ou esfregar os olhos, mesmo que estejam irritados;
• Use lenços descartáveis ou toalhas limpas para limpar o rosto;

• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas, fronhas, maquiagem e óculos;
• Manter ambientes limpos e ventilados, trocando roupas de cama e toalhas com regularidade;
• Higienizar corretamente lentes de contato e estojos;

• Evite o uso prolongado de lentes de contato e nunca durma com elas (a menos que sejam específicas para isso);

• Evitar contato com pessoas infectadas, já que a transmissão é rápida por secreções oculares;

• Descarte produtos usados durante o período de infecção, como pincéis e estojos de lentes.