domingo, 12 janeiro, 2025
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Plantação de soja cresce em Içara

Há três anos o agricultor Lói Manarim, da comunidade de Ponta do Mato, em Içara, tomou uma decisão importante para a sua vida profissional: optou pelo início do plantio de soja. Pouco tempo depois, ele tem certeza que fez uma aposta certa e não pensa mais em mudar de área, muito pelo contrário, quer intensificar ainda mais a produção que vem realizando. Além da própria comunidade, ele conta com plantios em Poço Oito, em Içara, e Quarta Linha e São Domingos, em Criciúma.

“Hoje tem mais gente realizando o plantio, mas posso dizer que fui um pioneiro em Içara quanto ao cultivo de soja. Fui observando em outras regiões que era algo que dava certo e busquei fazer aqui também. Comecei devagar, somente para ver como realmente era. Deu certo e agora então venho buscando investir cada vez mais”, comenta o agricultor.

De acordo com ele, atualmente são 50 hectares de plantio, sendo que no primeiro ano foram somente quatro hectares. “A minha ideia para o próximo ano é que seja possível chegar a 100 hectares. Já estou vendo outras terras. Não é algo que dá muito dinheiro, mas é algo que é muito bom para se trabalhar. Por isso estou pretendendo aumentar a produção”, argumenta.

Manarim aponta a condição de poder trabalhar sozinho como um ponto fundamental para que optasse pelo cultivo da soja. “É algo que não precisa envolver a família inteira ou outras pessoas, como acontece em outras culturas. Na soja não existe muito a questão do braçal, o principal é planejamento, até porque a maior parte do serviço é realizada através de maquinário, o que se torna muito mais prático para trabalhar e foi algo que me atraiu”, coloca.

Ele salienta que, na região, a soja conta com uma produção superior a outros locais mais tradicionais de cultivo, como Paraná e Mato Grosso. “Lá para cima dá em torno 50 sacos por hectare, aqui a gente está trabalhando com a média de cem sacas por hectare. Aqui na nossa região tem uma variedade boa e ela se adequou muito bem com o ambiente, com o solo, por isso conseguimos uma produção muito boa”, justifica o agricultor. “A média é muito alta”, complementa.

Cultivo após o fumo

 A cidade de Içara historicamente teve como principal produção na área rural o fumo. E de acordo com Manarim, uma das vantagens da soja é que ela pode ser cultivada exatamente no período pós-fumo, o que faz com que haja uma facilidade maior para que se possa arrendar terras para realizar o trabalho. Como toda a sua área de trabalho é arrendada, ele afirma que isso ajuda naqueles casos em que os responsáveis continuam com a plantação de fumo.

“Terminaram de colher o fumo, em seguida eu já coloco a soja em cima. O ciclo dá certinho. Além disso, logo após o fumo, a terra está boa para a soja, e a soja faz com que a terra fique ainda melhor para o fumo. É um casamento perfeito, onde todo mundo ganha”, avalia. “Outra vantagem é que quando termina a colheita da soja, a área já está limpa para receber o fumo”, acrescenta.

Interferência direta da situação internacional

A produção realizada pelo agricultor em áreas em Içara e em Criciúma é vendida para uma empresa que realiza a exportação do produto. E de acordo com Manarim, além de ser algo que é possível trabalhar com número reduzido de pessoas, na produção de soja há a questão da rentabilidade financeira. Segundo ele, situações internacionais estão interferindo diretamente e há a possibilidade de que isso resulte no aumento do valor negociado.

“A soja está em alta. Com essa briga que está acontecendo entre os Estados Unidos e a China, tem uma tendência que o valor da soja brasileira aumente bastante. Há hoje uma taxa nos Estados Unidos, por conta disso a China deve passar a buscar a soja toda no Brasil, para não ter que pagar a taxa de importação que foi estabelecida. Então estamos bastante esperançosos quanto a esta situação”, revela.

 

Especial Jornal Gazeta

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