Trabalho faz parte de projeto desenvolvido pela Unesc no território por professores, estudantes e parceiros
Engajada nas causas regionais, a Unesc desempenha papel significativo no Geoparque Mundial da Unesco Caminhos dos Cânions do Sul. Esse comprometimento tornou-se ainda mais notável com a inclusão de uma pesquisa no e-book “Unesco Bridges 2023”, divulgado recentemente.
O resumo intitulado “Promovendo a Sustentabilidade Ambiental, Econômica e Social no Território do Geoparque Mundial da Unesco Caminhos dos Cânions do Sul: Explorando a Paisagem, a Arqueologia, a História e a Cultura dos Povos Indígenas como Instrumentos Educacionais”, sintetiza as ações dos docentes e estudantes da Unesc, em colaboração com a equipe técnica do próprio Geoparque.
Segundo o professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), pesquisador do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis) da Unesc e coordenador do projeto, Juliano Bitencourt Campos, anualmente são selecionadas iniciativas desenvolvidas em várias regiões do mundo.
Ele destaca que o projeto foi aprovado para o e-book por ser uma proposta que combina Pesquisa e Extensão, enraizadas em um território que busca a disseminação do saber e a promoção educacional voltada às comunidades tradicionais.
“No contexto dessa iniciativa, destacamos a dualidade de abordar períodos remotos, típica da arqueologia, enquanto também dialogamos com as comunidades contemporâneas, incluindo povos indígenas presentes no território em questão. É uma sequência de eventos que nos honrou com a publicação deste resumo, contendo contribuições do mundo”, diz, entusiasmado.
No resumo apresentado no e-book, os pesquisadores abordaram que o projeto desenvolvido no Geoparque resultou na criação de um mapeamento abrangente do patrimônio arqueológico, histórico e cultural dos povos indígenas na região.
“Por meio da disseminação de conhecimento, essa iniciativa aspira a construir uma sociedade mais justa, equitativa, inclusiva e sustentável dentro da comunidade local. O foco central reside na necessidade de fortalecer os laços de solidariedade e promover uma cultura de paz e cidadania, ressaltando fatores intrínsecos à localidade, como história, cultura, patrimônio, território e biodiversidade”, explica Campos.
O Geoparque Mundial da Unesco Caminhos dos Cânions do Sul engloba dois estados brasileiros e sete municípios (sendo três municípios do Rio Grande do Sul – Torres, Mampituba e Cambará do Sul – e quatro municípios de Santa Catarina – Praia Grande, Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande), que recebeu a chancela da Unesco em abril de 2022.
A organização conta com uma equipe técnica composta por profissionais das estruturas municipais, que trabalham em conjunto com instituições parceiras e comunidades locais para implementar ações no território.
Sobre o projeto desenvolvido no local
O projeto estabelece uma relação de longa data entre a Unesc, o setor público representado pelo Geoparque Mundial da Unesco Caminhos dos Cânions do Sul e as comunidades indígenas das aldeias Tekoá Marangatu e Tekoá Nhu Porã. Por meio de uma pedagogia voltada para a descolonização da memória e da imaginação humana por meio de um diálogo sócio-cultural-ambiental, esse projeto utiliza a troca de conhecimento em ambientes educativos formais e não formais.
Ele encara a “alfabetização cultural” como um instrumento essencial para compreender a interligação entre território, ambiente e cultura, e como esses elementos se entrelaçam para impulsionar o surgimento de uma identidade holística. Isso conecta as pessoas à paisagem, permitindo que elas se identifiquem como parte integrante do todo. “Este projeto abrange uma ampla gama de fontes, incluindo pesquisa, disciplinas acadêmicas e ensino abordando temas relevantes para a região, como patrimônio, campo, arqueologia, ecologia e geobiodiversidade”, explica.
As escolas envolvidas no projeto passam por várias etapas, incluindo visitas de equipes, treinamentos e intercâmbios de conhecimento entre professores e alunos. Também envolve atividades inclusivas com os alunos, como a elaboração de uma cartografia participativa em sala de aula. Com o objetivo de promover níveis sustentáveis na região onde atua, o projeto está em constante evolução e expansão.
A pesquisa conta com apoio do Edital nº. 514/2022 Extensão PROPIEX – Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, projetos de extensão por área de conhecimento da Unesc.
Fazem parte do projeto, além da equipe técnica do Geoparque Gislael Floriano, a equipe de professores e estudantes da Unesc, como os professores do PPGCA Juliano Bitencourt Campos; Jairo José Zocche; professora do curso de História Lucy Ostetto; professor do curso de Artes Mikael Miziescki; Doutorando do PPGCA José Gustavo Santos, e os graduandos do curso de História Bruno Moreira Carola e Estefani de Oliveira Serafim.
Sobre o Bridges: Ciência da Sustentabilidade orientada para as humanidades Bridges é uma coalizão global de ciência da sustentabilidade organizada dentro do Programa de Gestão de Transformações Sociais (MOST) da Unesco.
Como uma iniciativa liderada por humanidades, o Bridges promove colaborações transformadoras nos cursos acadêmicos das artes, humanidades, ciências sociais e naturais em parceria com diversas comunidades.
Esses projetos têm como alvo a abordagem ativa das realidades enfrentadas por populações vulneráveis, comunidades e territórios regionais afetados por pressões sociais e ambientais, frequentemente associadas às mudanças climáticas, perda de biodiversidade, extinção de espécies, poluição e aquecimento dos sistemas marinhos, terrestres e atmosféricos em todo o mundo.
Colaboração: Agecom