A Polícia Civil desencadeou a operação “Clínica Geral”, com o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária, contra uma organização criminosa baseada em Balneário Rincão e Criciúma. A ação resultou na prisão de oito investigados, sendo seis no Sul do Estado e dois em Alvorada e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, além da apreensão de explosivos, um carro roubado e R$ 7 mil em dinheiro rasgado (obtido em explosões de caixas eletrônicos).
A operação foi denominada Clínica Geral porque, durante as investigações, foi apurado que o grupo praticava diversos crimes diferentes, entre eles, explosões de caixas eletrônicos, tráfico de drogas, homicídios relacionados a disputas por territórios, além de roubos e furtos em residências e comércios. “A quadrilha era conhecida pela violência empregada. Eles cometiam roubos a residências em que famílias inteiras eram amarradas e ficavam sob a mira de armas de fogo”, destaca a delegada da Comarca de Jaguaruna, Izabel Fauth, que também participou da operação.
De acordo com o delegado Anselmo Cruz, as investigações foram realizadas pela Divisão de Roubos e Antissequestro (DRAS), da Diretoria Estadual de Investigação Criminal (DEIC), em conjunto com as Delegacias de Jaguaruna, Tubarão, Urussanga, Içara, Balneário Rincão e DIC de Criciúma. “Identificamos que o grupo atuava há três anos. As investigações prosseguem, para a realização de novas prisões e outras diligências”, explica, frisando que o grupo era acompanhado desde fevereiro.
Uso de helicóptero
Segundo o delegado Cruz, cerca de 120 policiais civis, da DEIC, das regiões de Criciúma, Tubarão, Araranguá, Garopaba e do DEIC/RS participaram da operação. “Foram cumpridos mandados em Criciúma, Balneário Rincão, Maracajá e Porto Alegre. Também foi a primeira operação do helicóptero da Polícia Civil, agora baseado na região Sul do Estado”, afirma.
A aeronave, no entanto, já retornou para Florianópolis, pois o espaço onde funcionará a base do Serviço Aeropolicial (Saer), no distrito do Rio Maina, em Criciúma, ainda está em obras. “Assim que a estrutura ficar pronta, o helicóptero permanecerá permanentemente no Sul catarinense. Por enquanto, está à nossa disposição para pronto deslocamento da Capital em caso de necessidade”, salienta o delegado regional de Criciúma, Juarez de Souza Medeiros.
Mais de 50 crimes
A quadrilha é apontada por participação em mais de 50 crimes. “Alguns integrantes têm familiares no Rio Grande do Sul e fugiam para lá quando cometiam crimes graves em Santa Catarina”, ressalta Cruz, frisando que nenhum dos investigados esboçou reação ao ser preso. “Foi um trabalho muito bem coordenado, o que garantiu que nenhum policial ou mesmo algum dos suspeitos fosse colocado em risco”, comenta.
Especial Jornal Gazeta