As marcas representam grande desconforto estético nas pessoas
As olheiras são difíceis de esconder e são caracterizadas por manchas escuras abaixo dos olhos. As marcas atingem quase todas as pessoas, porém com aspectos diferentes. Existem diversos fatores para que elas apareçam no rosto: cansaço, alterações hormonais, genética e até mesmo algumas doenças. O fato é que, independente da causa, existem tratamentos e soluções para que a autoestima com relação ao assunto seja novamente elevada.
A dermatologista Ana Carolina Búrigo Lima, da clínica Belvivere, explica que a etiologia das olheiras é multifatorial. Na maior parte dos casos há um componente genético, familiar, que associado a outros fatores resulta no escurecimento da região ao redor dos olhos. “Outra questão a considerar é que a pele que envolve a área dos olhos é muito delicada – tem apenas 0,4 milímetros de espessura, enquanto a do restante do corpo tem 2 milímetros, em média. Algumas populações têm mais tendência a desenvolver olheiras, como descendentes de árabes, indianos e negros, pois acumulam maior quantidade de melanina nas pálpebras – são os fatores raciais”, ressalta.
Ela ainda comenta que existem diversas classificações de olheiras e são necessários cuidados com os tratamentos. “Existem as olheiras profundas ou estrutural, olheira pigmentada, olheira sanguínea e olheiras mistas. Cada uma acontece por um fator, ou seja, as olheiras não surgem apenas pelo cansaço, como muitas pessoas acreditam”, detalha.
Confira abaixo os tipos de olheiras
Pigmentares: são olheiras que ocorrem por desordem primária e genética, ou até mesmo por dermatite alérgica por coçar a região. Com isso, ocorre o extravasamento de pigmentos. Também existe a hipercromia por desordens fisiológicas como gravidez e amamentação, desordens da tireóide e fotossensibilidade por medicamentos. Essas olheiras puxam para a cor castanha.
Vascular: causadas pelo aumento da vascularização e/ou pela congestão dos vasos que estão na região periocular. As cores são do tom rosa para arroxeado.
Profunda: acontece pela própria configuração do osso da órbita que faz sombra da pálpebra inferior e causa a olheira. Além disso, pode ocorrer protrusão de gordura e fazer volume embaixo dos olhos.
Mista: A mais comum de todas, essa é a combinação de dois ou mais tipos de olheiras.
Para o tratamento é necessário que cada pessoa tenha um atendimento com um médico especialista para avaliar seu caso. “Cada paciente recebe um tratamento adequado ao seu problema. Mas podemos usar laser, peeling e preenchimento para que ocorra o clareamento”, destaca a dermatologista.
Ana Carolina comenta que o tratamento também requer hábitos saudáveis. “Atividade física, boa alimentação, manter horas de sono, se proteger da radiação ultravioleta, tudo isso faz parte da base do tratamento dos tipos de olheiras”, afirma.
Com gordura retirada do próprio paciente, novas técnicas trazem soluções permanentes
A cirurgiã plástica June Favarin, da clínica Belvivere, conta que novas técnicas já vêm sendo realizadas no combate às olheiras. Entre elas, técnicas que utilizam a gordura do próprio paciente. Entre um dos destaques está o procedimento que utiliza a ‘microfat’.
De acordo com June, essa técnica utiliza um enxerto de gordura lipoaspirada contendo em sua essência as células-tronco. “Além de melhorar todos os atributos de envelhecimento da pálpebra e de tirar o excesso de pele e bolsa, consigo também tratar o fundo dos olhos, os aspectos curvados tanto na pálpebra superior quanto inferior”, detalha. “O microfat graft é um tipo de gordura com células bem pequena. Coletamos com uma cânula especial, e essas células de gorduras são preparadas de um jeito específico antes de serem reinjetadas. São utilizados instrumentos bem específicos durante a técnica”, acrescenta.
Segundo a cirurgiã plástica, essa gordura produzida para fazer o preenchimento vem do próprio paciente. “Essa é uma gordura que será colocada novamente no paciente e não tem risco de rejeição ou inflamação, pois é da pessoa. É um preenchedor permanente. Após um mês do procedimento, é possível saber que ele ‘pegou’. Na região da olheira, ele fixa 100% dos casos, e isso fica ali para o resto da vida”, explica June.
Outro procedimento que também utiliza a gordura corporal do paciente é o nano fat. A cirurgiã plástica explica que este é um procedimento que consiste em retirar pequenas quantidades de gordura e injetar em outras regiões do corpo. “Muita gente não sabe que o tecido de gordura é um tecido rico em células-tronco. O que o nano fat faz? A gordura é purificada, tratada com técnica específica e injetada em outros pontos do corpo. A célula- tronco é uma célula que pode se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo. Quando a usamos na pele, por exemplo, ela ajuda a melhorar tudo: a cor, pele, textura, cicatrizes e outras coisas”, comenta.
No caso da região dos olhos, June explica que quando injetada a nano fat na pele escurecida da pálpebra, essa pele se regenera. “Esse procedimento é excelente para casos de ‘pé de galinha’, ‘códigos de barra’ e olheiras”, conclui.
Colaboração: Rafaela Custódio/Traquejo Comunicação