Quais as causas e como modificar esse comportamento?
O termo tem origem no latim: pro (adiante) crastinus (amanhã): passar para amanhã. Adiar, enrolar, fazer amanhã o que se pode fazer hoje. Procrastinar é o adiamento de uma ação, logo, um procrastinador é um indivíduo que evita tarefas ou uma tarefa em particular.
Para a pessoa que está a procrastinar, isso resulta em stress, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos outros, por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos. Embora a procrastinação seja comum, torna-se um problema quando impede o funcionamento normal das ações e a procrastinação crônica pode ser também um sinal de problemas psicológicos.
As causas psicológicas da procrastinação variam, mas geralmente tendem a fatores como ansiedade, baixa auto-estima e/ou uma mentalidade auto-destrutiva. Pensa-se que procrastinadores têm um nível de consciência abaixo do normal, mais baseado em "sonhos e desejos" de perfeição ou realização, em vez de apreciação realista de suas obrigações e potenciais.
Existem duas grandes causas psicológicas de procrastinação no trabalho e no dia a dia que estão relacionadas à ansiedade, e diretamente ligadas à preguiça emocional. A primeira categoria engloba coisas muito pequenas para se preocupar, tarefas que são uma interrupção irritante no fluxo das coisas, e que tem soluções de baixo impacto; um exemplo seria, organizar uma sala desarrumada. A segunda categoria contém coisas muito grandes para serem controladas, tarefas que uma pessoa pode temer, ou cujas implicações podem ter um impacto grande na vida da pessoa; um exemplo seria, um estudante de vestibular adiar indefinidamente o preparo para a prova, por causa da pressão recebida por seus familiares e o medo de não conseguir ser aprovado.
Uma pessoa pode inconscientemente tanto sobre-estimar, quanto, subestimar o tamanho de uma tarefa, se a procrastinação se tornar um hábito.
É importante estar atento a possibilidade de a pessoa que está sofrendo com a procrastinação estar, de fato, sofrendo de outros problemas mentais, como depressão ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e se assim for, deve buscar tratamento especializado para tal (como auxílio psicológico e/ou psiquiátrico).
A terapia é uma ferramenta importante para ajudar um indivíduo a ter novos comportamentos, superar seus medos e ansiedades, e alcançar uma melhor qualidade de vida. Portanto, é importante, principalmente para as pessoas que lidam cronicamente com a procrastinação debilitante, consultarem um terapeuta para identificar os fatores que existem por trás de tal comportamento, e também para a possibilidade de um maior problema de saúde mental estar presente.
Os procrastinadores do tipo “relaxado” vêem suas responsabilidades negativamente e fogem delas direcionando sua energia para outras tarefas. É comum, por exemplo, para uma criança com esta característica, abandonar a sua lição de casa, mas não sua vida social. Esse tipo de procrastinação é uma forma de negação. O procrastinador evita situações que causariam desprazer, e, em vez delas, participa de situações mais prazerosas. Em termos Freudianos, esses procrastinadores se recusam a renunciar ao princípio do prazer, em vez de sacrificarem-se no princípio da realidade.
Mas, afinal, por que agimos assim? Bem, porque somos reféns de nossos sistemas de recompensas tardias, ou seja, mesmo para nossos pequenos prazeres, a preferência está sempre no agora: “vadiar” agora e trabalhar depois. E o que precisamos fazer? Bom, precisamos pesar o presente versus o custo e benefício de ações futuras. Como? Antecipando benefícios futuros (visualizando que o que fizermos agora por mais trabalhoso que seja, irá causar satisfação e felicidade em completá-los) ou também, avaliando o custo alto daquilo que atrasamos (através dos desastres que podem causar). Assim nos motivamos a agir mais e procrastinar menos!
Alguns procrastinadores são especialistas na montagem de planos estratégicos fabulosos e sabem cada passo que precisam dar rumo a seu objetivo, porém.. “uma excelente idéia que não é colocada em prática, não passa de uma idéia”. Lembre-se disso! Por fim deixo algumas dicas: Não inicie seu dia procrastinando, esqueça da função soneca, quando o alarme tocar, levante! Quando você planejar algo, não planeje algo complexo e genérico, supondo que queira escrever um livro, em vez de criar uma tarefa chamada “escrever livro”, proponha-se a escrever 1500 palavras por dia, por exemplo, ou seja, desmembre a sua tarefa para que ela seja executável! Afinal, é muito mais fácil começar a dar pequenos passos em vez de correr uma maratona logo de cara né?
Sarahuana Lourenço
Bacharel em Psicologia e Psicoterapeuta Corporal – CRP 12/14609