O aumento crescente de casos envolvendo racismo no Brasil nos faz refletir acerca do retrocesso civilizatório de uma população miscigenada. O que pensou um ser adulto insultando uma criança de 11 anos numa partida de futsal neste final de semana na cidade de São Ludgero? Sim, 11 anos tem a vítima de racismo, um menino que saiu de casa para disputar, jogar uma partida de futsal no Ginásio de Esportes Lino Philippi em São Ludgero, foi insultado com xingamentos de vários tipos pelo pai de outro garoto do time adversário.
Estaria este senhor certo de que, como todos os negros na época da escravidão eram tratados de maneira subumana, cuja humilhação, maus tratos era comum poderia fazer o mesmo com este garoto? Certamente, o seu comportamento criminoso é comum, afinal de contas “é só um negrinho. A certeza da impunidade faz com que este tipo de situação chegue até a cidade vizinha. Não estamos falando dos grandes centros, capitais e sim de uma cidade a poucos quilômetros de nossas casas. Não pode, não deve ser considerada uma atitude normal, é apenas uma criança para e foi humilhada diante dos seus colegas. São estes os valores morais que este pai ensina o seu filho?
O comportamento racista e discriminatório não tem que ser uma herança étnica repassada às gerações futuras. O espírito competitivo e de coletividade foi manchando pelo preconceito escancarado de uma parcela da sociedade. Parcela que mata, espanca, xinga e violenta milhares de jovens negros todos os dias. De acordo, com o relatório apresentado pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, de Brasília de 2014, jovens negros são as principais vítimas da violência e têm 2,5 vezes mais chances de serem assassinados no Brasil do que jovens brancos. Mas não há motivos para relacionar estes dados ao caso do menino vítima de racismo. Será?
Considerando que o indivíduo reproduz determinados estímulos como resposta positiva ou negativa para algo que o incomoda estar no mesmo ambiente em que um negro, ser inferior, autoriza o senhor citado a encher-se de “razão” e o por o “negrinho” em seu devido lugar. Sim, vivemos numa sociedade racista e muita gente não admite é necessário mudanças, aceitação, resistência e persistência na luta pelos direitos de igualdade. Este é um problema sociocultural e para minimizá-lo é preciso expor, denunciar e não ficar calado diante deste tipo de violência.
Em caso denuncia sobre racismo procure a delegacia mais próxima, o canal disque 100, coordenadorias pela igualdade racial e movimento negros.
Por: Emanuela da Silva