Com a chegada do verão e a grande procura por imóveis na região litorânea de Santa Catarina, o mercado imobiliário amplia a oferta com opções para todos os gostos e bolsos. A maioria dessas ofertas são anunciadas na internet, e é aí que mora o perigo. Inclusive, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em setembro do ano passado, por meio da operação ¿Anúncio Fake¿, desarticulou uma quadrilha gaúcha que aplicava o golpe do falso aluguel em terras catarinenses. Valendo-se do cenário propício para negócios, os criminosos criaram falsos anúncios de aluguel de imóveis em sites e redes sociais com o objetivo de ludibriar as pessoas e extorquir dinheiro.
O golpe do falso aluguel é uma prática comum entre estelionatários por meio da internet. Em alguns casos, os criminosos – se passando pelo proprietário ou por corretor de imóvel – criam um anúncio com base em uma oferta verdadeira, com fotos e informações sobre o imóvel, porém usando atrativos como preços abaixo do mercado e a facilidade de negociar diretamente sem intermediários, sem fiador e sem burocracia, tudo para levar a negociação para fora das plataformas de intermediação de locações por temporada. Depois de atrair o interesse da vítima, utilizam o argumento de que existem outros interessados ou de que precisam de garantias para fechar o negócio, como forma de exigirem algum tipo de pagamento adiantado, momento em que o golpe é consumado.
“É compreensível que as pessoas busquem a melhor oferta possível antes de contratar um aluguel, afinal não se trata de um serviço barato, principalmente na alta temporada de verão. No entanto, é preciso desconfiar das ofertas muito atrativas, que fogem do padrão de mercado, e ter muito cuidado com a procedência dos anúncios na internet, principalmente aqueles sem vínculo com imobiliárias ou empresas especializadas, as quais podem garantir o mínimo de segurança na intermediação. Anúncios virtuais de aluguéis acabam representando um risco potencial, por isso devem ser analisados com cautela”, alerta o Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MPSC, Promotor de Justiça Leonardo Cazonatti Marcinko.
Esse tipo de golpe pode ser executado também em relação a aluguéis residenciais de longa duração. A estratégia consiste em um anúncio fraudulento na internet, que direciona o interessado para conversar com um falso proprietário ou alguém se passando por um corretor de imóveis, que fará a intermediação da locação. Nesses casos, tanto o falso corretor, que não é credenciado pelo respectivo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI), quanto aquele que se diz proprietário do imóvel, para evitar contato direto, utilizam-se do WhatsApp e fogem das plataformas em que utilizaram o anúncio.
A estratégia para enganar pode ser muito bem elaborada, com fotos da propriedade, que podem ser coletadas em outros anúncios ou em bancos de imagens, além de documentos e contratos falsos. Por isso, tudo precisa ser verificado antes de prosseguir com a contratação. O objetivo da fraude é conseguir algum tipo de adiantamento financeiro, que pode ser a título de caução ou aluguéis adiantados. Para minimizar os riscos, é possível consultar a credencial do corretor de imóveis no conselho de classe profissional.