Os gestores da empresa foram notificados de que receberão multa uma vez que o colaborador trabalhava sem careira assinada
Foi interditado, nesta quarta-feira (24), o setor de reciclagem de tambores metálicos fechados, higienizados com solvente, da empresa localizada no bairro Pedreiras, em Balneário Rincão, onde morreu um trabalhador de 60 anos, na segunda-feira (22).
A interdição, por até 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias, foi determinada pelo auditor fiscal, Luiz Osório, do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP). Ele concluiu diligência em toda planta da empresa, acompanhado pelo vice-presidente do Sindicato dos trabalhadores, Edson Rebelo, o Japonês.
“Verificamos que o acidente ocorreu de forma previsível. Muitas coisas precisam ser melhoradas e o objetivo da investigação é melhorar as condições do ambiente de trabalho para que não ocorram novos acidentes”, justificou o auditor fiscal do MTP.
Ainda de acordo com Osório, a principal preocupação é a utilização de produtos combustíveis, “logo, geradores de gás e explosões, na higienização dos tambores fechados, que já foram utilizados para outros produtos, alguns, igualmente inflamáveis”.
Métodos e processos precisam, segundo o auditor fiscal, ser alterados para garantir segurança. “A substituição de solvente por soda cáustica, pode ser uma alternativa viável, que será testada pela empresa e se aprovada pode reduzir o prazo de interdição”, explica Luiz Osório .
Já o setor que produz tambores abertos e tem outro processo de higienização e industrialização está liberado para atividades. São embalagens utilizadas em indústrias metalúrgicas, entre outras, e até da alimentação, para armazenar e transportar produtos, como o mel, por exemplo.
Os gestores da empresa foram notificados de que serão multados em virtude do trabalhador morto no acidente de segunda-feira não ter registro em Carteira do Trabalho e Previdência Social (CTPS), o que deveria ter ocorrido, apesar da vítima já ser aposentado pelo INSS.
Segundo Edson Rebelo, o sindicato tem cumprido sua função institucional e a diretoria está preocupada com a situação. “Nosso objetivo é que as empresas estejam adequadas às condições legais para que os trabalhadores tenham condições saudáveis para produzir”, ressaltou.
Alexandra Cavaler – redação Içara News
Informações/foto: sindicato químicos de Criciúma