O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Wagner Vilas Boas de Souza, disse, na Câmara dos Deputados, que o governo está formulando um plano para expansão do Ensino a Distância (EAD) nas universidades públicas. Para isto é necessário aprovar um novo marco regulatório. De acordo com o secretário, o plano está em fase final e até o fim de agosto voltará a ser discutido. O objetivo é expandir a educação superior para 50% dos alunos com idade de 18 a 24 anos.
O doutor em psicologia educacional com formação na Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, Afonso Galvão, afirma que o ensino à distância é uma tendência mundial. “Eu não vejo problemas na educação online. Acho que é o caminho, que é o futuro. Acho que o Brasil tem que fazer, enquanto Estado, é o investimento necessário em termo de possibilitar tecnologia de boa qualidade. Internet, equipamentos para que esses cursos possam ser bem trabalhados”.
Afonso Galvão diz que o ensino à distância não é recomendado para crianças. Já para o adulto, ele não vê problemas. Segundo ele, o curso de medicina teria alguma dificuldade, quando se chega à fase da presença nos hospitais. “E a gente está falando aqui da educação do ensino superior. Eu não recomendaria, por exemplo, a educação à distância para a educação básica. Porque esse aprendizado sócio emocional, que envolve a sala de aula e os aspectos motivacionais dele para crianças e adolescentes, é fundamental. Não tem como ser substituído pela aula online. Mais para adultos, eu não consigo antecipar nenhum tipo de problema”.
Ele destaca que nas dimensões do Brasil, o curso à distância vai contribuir muito. Afonso Galvão informa que temos poucos brasileiros fazendo um curso superior. “É uma tendência no mundo e eu acho que é muito bem-vinda, especialmente num país com as necessidades do Brasil e de tamanho continental como o Brasil, e uma população tão grande e ainda muito mal inserida no contexto da educação superior. Devemos lembrar que temos apenas 12% de matrículas em idade de educação superior na educação superior, o que é muito menos do que nossos vizinhos da América do Sul e os países da OCDE de um modo geral”.
Outro aspecto levantado pelo doutor em psicologia educacional é a tranquilidade do estudante fazer a faculdade dentro de casa, evitando alguns problemas, sobretudo nos grandes centros. “Claro que há economia de tempo. Há economia de dinheiro, há economia de deslocamento. Há economia de não se utilizar carro, transporte nem nada. Então, são muitas vantagens no que diz respeito a isso”. Hoje, 8.600 milhões de estudantes estão matriculados no ensino superior. Deste total, 6.500 milhões estudam em faculdades particulares e apenas 2 milhões em universidades públicas.
Colaboração: Rede de Notícias Regional /Brasília