Um gesto de amor, carinho e dedicação. Ser mãe é um desejo que praticamente todas as mulheres desejam realizar. Entretanto, a idade escolhida está mudando um pouco nos últimos anos.
A contabilista Alice Roecker, sempre desejou ser mãe, o primeiro sonho a ser realizado, depois de se casar foi planejar a gravidez. “Quando casei logo em seguida pensamos em ter um bebê, e ficamos na espera por longos dez meses desde quando parei de tomar o anticoncepcional”, conta.
A escolha pela maternidade mais tarde, se deu pela segurança profissional e emocional. “Quero dar o melhor para minha filha, seria difícil conciliar o cuidado que tenho com ela com uma faculdade, por exemplo, porque eles exigem muito de nós, precisam de muita dedicação”, explica.
A mãe de Ana Carolina, que completa seis meses esta semana, também hoje se acha mais preparada para cuidar de sua bebê. “Na verdade me achava preparada, até o dia que vi o rostinho dela, vieram muitos medos e inseguranças, mas sempre tento fazer o melhor”, diz. O único medo da mamãe, que completou 33 anos em 2014, é o mundo que espera por sua filha. “Tenho medo de como estaremos daqui alguns anos com as transformações que o mundo está passando”, diz.
Alice já voltou a trabalhar, e sua pequena já está na creche. “Amamento três vezes ao dia, e quando estamos longe, penso nela o tempo inteiro, é o amor maior do mundo”, diz emocionada.
Viver a gravidez em uma idade diferente das de suas mães também foi a realidade da recepcionista Carla Bozello. Aos 31 anos, após ter enfrentado um aborto espontâneo de uma gravidez planejada, ela e o marido tentaram novamente. “Levei um ano para conseguir engravidar novamente. A escolha partiu de nós dois, de mim e de meu esposo”, conta.
Quanto a escolha por ter um bebê depois dos 30, Carla garante que foi pessoal, e que é imensamente gratificante. “Ser mãe foi e é maravilhoso, ver aquele bebezinho ali parece inacreditável que veio de mim. É cansativo, mas não por eu ter 31 anos, é que um bebê cansa, mas vendo seu sorriso fazendo careta, esquecemos do cansaço e dos problemas”.
A recepcionista, que trabalha o dia todo, deixa o pequeno Henrique com a mãe. “Quando eu chego em casa e ele me vê, ele abre um sorriso e até abre os braços pra vir em meu colo, isso não tem preço”, salienta.
Em relação a gravidez, ela garante ter sido tranquila e faz planos para um irmãozinho para Henrique. “Desejei ter parto normal e assim ocorreu, até o parto foi tranquilo. Além disso, planejamos outro bebê. Só não sabemos se vamos planejar para inicio de 2016 ou 2017. Não queremos perder o ritmo de troca de fralda, noites mal dormidas e também por questão da minha idade, tenho medo de ser mãe após 35 anos”, diz.
Menos riscos e mais segurança
De acordo com o médico ginecologista e secretário de Saúde de Içara Lauro Nogueira, não há risco nenhum em engravidar aos 30 anos, muito pelo contrário, a gravidez aos 30 anos é muito bem vinda. O que existe na verdade é um mito e uma questão cultural envolvida. “A partir dos 25 anos, alguns autores defendem que também aos 27, 28 o sistema genital da mulher está mais maduro. É o momento em que chega ao clímax do amadurecimento, e por isso, é um dos momentos ideais para engravidar”, explica.
O médico ainda informa que com essa idade, há menos riscos de a mulher ter fenômenos tromboembólicos, além de diabetes e hipertensão. “Além disso, com essa idade, a mulher ou o casal, geralmente estão mais estabilizados, no emprego, já tem sua casa própria, o que os deixam mais seguros psicológica e economicamente para ter um bebê”, salienta.
E para quem pretende deixar a gravidez ainda para mais tarde, também não há riscos, o que existe é o funcionamento não eficaz de determinados órgãos. “Com 36, 37 anos a mulher começa a ter a falência de órgãos como o ovário, e por isso pode ter mais dificuldades para engravidar. Outro detalhe é que nesta idade outras doenças podem acometer a mulheres, mas nada relacionado à gravidez. Gerar outro ser é um ato de amor e é extremamente saudável”, diz.
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