Durante o ano de 2018, os alunos içarenses da Escola Antonio Guglielmi Sobrinho, da comunidade de Vila Nova, conheceram prédios e espaços que fazem parte do Patrimônio Histórico de Içara. A ação fez parte do projeto “Conexões: memória, patrimônio e arte”, desenvolvido pela professora de artes Julmara Goulart Sefstrom, e está na final do Prêmio Educador Nota 10, maior e mais importante prêmio da Educação Básica Brasileira, organizado pela Editora Abril. A divulgação ocorreu no último final de semana.
De acordo com a educadora, o ensino de arte precisa ir além das pinturas, esculturas e produções consagradas, contemplando também o patrimônio local, as experiências dos estudantes e sua realidade. “A própria BNCC ressalta que o ensino da arte não pode ser reduzido às produções legitimadas pelas instituições culturais, a aprendizagem de arte precisa alcançar a experiência e as vivências artísticas como prática social, permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores”, destacou.
Para o desenvolvimento do projeto, Julmara pediu aos alunos do 5º ano que construíssem, junto com suas famílias, uma caixa de relicários, que revelava um pouco de suas heranças, memórias e tradições. Foi o ponto de partida para um estudo de oito meses sobre patrimônio, que incluiu a apreciação de obras de artistas e de espaços como a Casa do Ferroviário Anselmo Cargnin, construção do Município em processo de tombamento pelo IPHAN. “Também realizamos saídas fotográficas para registro de patrimônios locais, além de incentivar produções artísticas para comunicar memórias. Os alunos também visitaram o prédio da prefeitura enquanto patrimônio da cidade. Tudo foi registrado em portfólios pelas crianças”, contou.
Julmara é professora pesquisadora do polo Arte na Escola, da Unesc, e foi por meio dos estudos e pesquisas realizadas em 2017 no local que nasceu a semente do projeto. “O polo Arte na Escola tem encontros semanais na Unesc, gratuitos, e é aberto a todos os professores que se interessam por arte. Por isso, friso a importante de investirmos na formação, quando nós educadores estamos em constante aperfeiçoamento, ganha a cidade, a educação e o país, independente da rede de ensino”, colocou.
A premiação
Foram quase cinco mil projetos inscritos, que passaram pelo olhar criterioso da Academia de Selecionadores no último mês. Além da leitura dos cases, foram realizadas entrevistas com os educadores e solicitados materiais para a comprovação dos avanços de aprendizagem dos estudantes em suas escolas.
Cada um dos 50 finalistas recebe uma assinatura anual do site que dá acesso à plataforma Nova Escola Digital, além de outros conteúdos e um certificado de participação. Eles também aguardam a seleção do top 10, que deve ser divulgado na próxima quarta-feira, dia 17. Cada um dos 10 vencedores do Prêmio Educador Nota 10 ganha um vale-presente no valor de R$ 15 mil, além de todas as despesas pagas para participar de uma semana de imersão e da cerimônia de premiação, marcada para setembro, em São Paulo. O Educador do Ano, escolhido pela Academia de Jurados, recebe outro vale-presente no valor de R$ 15 mil. As escolas dos professores vencedores também ganham uma verba para a celebração.
Colaboração: Tânia Giusti/Imprensa PMI