Dr. Luiz Antônio Lavradas esclarece as dúvidas sobre o assunto que ficou ainda mais em evidência após o diagnóstico do ator Tony Ramos
Nos últimos dias, o diagnóstico da doença do ator Tony Ramos, acendeu um alerta sobre a importância do cuidado e do diagnóstico precoce do hematoma subdural crônico. A doença é caracterizada pelo acúmulo de sangue entre o cérebro e o osso do crânio e entrou ainda mais em evidência após o ator ser diagnosticado e precisar passar por duas cirurgias.
“Em alguns casos a pessoa não tem nenhum sintoma, mas em determinadas situações o ‘coágulo’ comprime o cérebro de tal forma que o paciente pode apresentar diversos problemas, que variam desde uma simples dor de cabeça até déficit de força e/ou fala, até estado de coma” explica o neurocirurgião do Hospital São José de Criciúma, Dr. Luiz Antônio Lavradas.
De acordo com o especialista, o hematoma subdural é comum de ser diagnosticado, especialmente em pacientes idosos, geralmente acima de 60 anos.
“Geralmente está associado a algum trauma na cabeça. Mais comumente ocorre em idosos, porém favorece o aparecimento também em usuários de medicamentos que alteram a coagulação sanguínea, como antiagregantes e anticoagulantes, etilistas, pacientes doenças que causam atrofia cerebral e usuários de válvula de hidrocefalia”, explica Dr. Lavradas.
No caso específico do ator Tony Ramos, após o diagnóstico, foi realizada uma drenagem do hematoma, que consiste na realização de uma trepanação, ou seja, um pequeno orifício no crânio para se esvaziar esta coleção.
“O hematoma subdural crônico é uma das causas de demências curáveis, algumas vezes pode até simular um AVC. Para evitar complicações, o ideal é sempre observar e valorizar alterações na rotina dos idosos e nas suas queixas. Pela fragilidade das veias intracranianas dos idosos, até um “sacolejo” imperceptível da cabeça pode levar a esta doença”, relata o especialista.
“A manutenção dos hábitos saudáveis funciona muito bem como prevenção a qualquer possibilidade de ocorrência de hematomas gerados principalmente por excesso de consumo de álcool e hábitos de alto risco para traumatismo craniano”, complementa.
Colaboração: Comunicação HSJosé