A próxima semana pode começar com atividades paralisadas no Hospital São Donato, em Içara, assim como em outros hospitais da região. Funcionários da unidade hospitalar não aceitaram a proposta de reajuste realizada pela direção e, em votação, aprovaram o início da greve.

“O Hospital São Donato nos ofereceu a pior proposta entre todos os hospitais da região. Com a proposta que foi realizada aos trabalhadores, não há alternativa a não ser paralisar as atividades, como uma forma de pressão para que possamos conseguir aquilo que estamos buscando, que é um valor justo para os trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde da Região de Criciúma (Sindisaúde), Cleber Cândido.

A proposta apresentada pelo São Donato é de repasse de 50% da inflação do período, a partir de janeiro, dividido em cinco parcelas, sem retroatividade. “Não havia qualquer possibilidade de esta proposta passar. Mas mesmo assim, ficaram somente nesta ideia. É um valor que não cobre nem a inflação”, ressalta Cândido. Na votação realizada com os funcionários do hospital, 61 aprovaram a paralisação e 33 rejeitaram.

A suspensão das atividades, com a manutenção somente dos serviços de urgência e emergência, está prevista para iniciar à meia-noite de segunda-feira. Ao todo, são dez hospitais na região com a greve programada para a próxima semana. Uma nova rodada de negociações está prevista para esta sexta-feira, dia 25, entretanto, a suspensão das atividades pelo menos no momento está mantida. 

Direção aposta na sensibilidade

O gerente administrativo do Hospital São Donato, Júlio de Luca, garante que a instituição não tem como ir além da proposta apresentada esta semana. Por isso, alega que deve apostar na sensibilidade para conseguir convencer os profissionais a não efetivarem a paralisação.

“Os bancos, que têm lucros exorbitantes, fecharam as negociações em 80% (da inflação). Não somos nós, hospitais, que temos condições de ir além disso. No nosso caso, aqui do São Donato, o máximo que podemos é oferecer 50%. Somente para ter uma noção, apenas no mês passado que conseguimos terminar a reposição salarial do ano passado”, sustenta.

“O que nós estamos argumentando é que o hospital está há 17 anos sem reajuste na tabela SUS, fora outras questões que tornam a manutenção do hospital cara. Enfim, não há a possibilidade de irmos além disso. Não adianta eu dizer uma coisa e depois não ter como cumprir”, declara.

Especial Jornal Gazeta