Fibromialgia, a dor invisível ➜ Leia no Portal Içara News:

Fibromialgia, a dor invisível

Geral

A fibromialgia é caracterizada por queixas dolorosas difusas, em várias partes da musculatura, e nem sempre é bem definida pelos pacientes, é como se a dor tomasse conta do corpo na maior parte do dia. Os sintomas mais freqüentes são cansaço, dores de cabeça, estados depressivos cujo fundo é emocional, sono não reparador (quando a pessoa acorda cansada), dentre outros. Médicos especialistas em dor, reumatologistas e psicólogos vêm buscando meios para aliviar o sofrimento gerado pela fibromialgia, aliando o uso de medicações (ansiolíticos e antidepressivos em sua maioria) com a psicoterapia.

Pessoas com fibromialgia apresentam maior sensibilidade à dor, com intensidade desproporcional dos estímulos dolorosos. Pequenos traumas diários se tornam grandes problemas, pois o músculo atingido além da lesão, faz com que a musculatura se tensione causando mais dor. Desta maneira, identifica-se a dor crônica que antes localizada, passa a envolver grande parte da musculatura, causando desconforto e impossibilitando meios que pudessem auxiliar no tratamento, como exercícios físicos, por exemplo, tornando-os difíceis de serem colocados em prática.

Nos consultórios, é comum que os pacientes questionem se outras pessoas sentem este tipo de dor, se é real ou imaginária, se acomete mais as mulheres que homens, se tem idade para ocorrer. Bom, nos últimos anos com a realização de estudos mais focados neste tema, analisou-se que sim, a dor é real, explicada pelo funcionamento de algumas áreas do cérebro que a identificam e transmitem esta informação ao corpo, acomete em sua maioria mulheres e pode ocorrer em qualquer idade, porém a maior população com fibromialgia foi encontrada entre 30 e 60 anos.

Sempre gosto de lembrar que nós profissionais trabalhamos em equipe, precisamos nos unir, cada um em sua respectiva área, para obter o melhor resultado para o paciente, este é nosso foco. No tratamento da fibromialgia, contamos geralmente com um médico reumatologista ou especialista em dor, um educador físico e um psicólogo, caso necessário e conforme resultados, os pacientes são encaminhados para outras especialidades. O educador físico vem apresentando sua contribuição na reabilitação da pessoa, já que a dor muitas vezes é tão intensa, que há grandes dificuldades em fazer tais movimentos musculares.

O médico é muito importante para o diagnóstico, muitas vezes até o paciente descobrir que tem fibromialgia percorre um longo caminho, já que as dores são bem difusas e podem confundir. O uso de medicação adequada alivia boa parte da dor, porém precisamos atentar, que o médico especialista em dor ou reumatologista, tem experiência e utiliza também outras técnicas além da medicação e que tem excelentes resultados.

E de que maneira o trabalho do psicólogo auxilia no tratamento de pessoas com fibromialgia? Muitas vezes, o estresse causado pela dor leva estes pacientes a apresentarem quadros de ansiedade e depressão. Mesmo medicados, é necessário que procurem ajuda psicológica para aprenderem a lidar com as alterações das rotinas no dia a dia. A psicoterapia auxilia na compreensão dos tipos de pensamento disfuncionais que as pessoas têm na relação com a dor, no manejo do estresse causado pelas limitações que a fibromialgia traz, na reestruturação cognitiva dessas pessoas para obter maior qualidade de vida.

Quando o paciente se envolve no seu processo de mudança, simultaneamente a melhora de outros aspectos também ocorre, pois aprende a lidar com a dor e buscar por cuidados consigo mesmo e sua saúde. A psicoterapia estimula o paciente a ser seu próprio terapeuta, identificando situações e pensamentos que lhe fazem mal e transformando suas estratégias para que possam manter estes resultados a longo prazo.