quinta-feira, 18 dezembro, 2025
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Fatores climáticos e técnicas de cultivo definem a qualidade da safra de ameixa no Sul catarinense

No Sul de Santa Catarina, a produção de ameixas é fortemente influenciada por fatores climáticos como horas de frio, precipitação, luminosidade e amplitude térmica, além de técnicas de cultivo inovadoras que aumentam a produtividade e resistência das plantas. No entanto, mudanças climáticas e pragas ameaçam a regularidade da safra, impactando a economia local e a cadeia produtiva da fruta.

 

Segundo Henrique Viana, engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Urussanga), a luminosidade, com um número adequado de horas de sol, é fundamental para o acúmulo de açúcares e compostos que melhoram a qualidade dos frutos. A amplitude térmica, ou seja, a variação entre as temperaturas diurna e noturna, também influencia positivamente a safra. Dias quentes e noites frescas favorecem a coloração e o sabor das ameixas.

 

Veja os principais fatores climáticos que influenciam a qualidade da safra de ameixa no Sul de Santa Catarina: 

Horas de frio: Essenciais para que a planta tenha uma boa floração após o período de dormência. A falta dessas horas pode comprometer o desenvolvimento das flores e reduzir a produção.

Precipitação: Em cultivos sem irrigação, a chuva é vital. No entanto, períodos prolongados de chuva podem aumentar a incidência de doenças, reduzindo a qualidade dos frutos. Durante a floração, excesso de chuva prejudica a polinização, diminuindo a produtividade. Além disso, longas semanas de chuvas associadas a temperaturas altas criam condições ideais para doenças, dificultando o controle devido à impossibilidade de pulverizações.

Luminosidade: Horas de sol são importantes para o bom desenvolvimento dos frutos, permitindo que a planta acumule açúcares e outros compostos no fruto, melhorando a qualidade.

Amplitude térmica: diferença entre a temperatura diurna e noturna. Noites frescas e dias quentes são ideais, favorecendo o acúmulo de açúcares e a obtenção de melhor coloração nos frutos.

 

Conforme o engenheiro agrônomo, os produtores da região utilizam técnicas avançadas, como o sistema de condução em “túnel”, onde apenas dois ramos principais de cada planta são conduzidos para formar um túnel com as plantas da linha oposta. “Esse sistema aumenta a produtividade por área, melhora a ventilação dos pomares e facilita o controle de doenças, resultando em frutos de maior qualidade. A resistência das plantas está diretamente ligada ao uso de variedades modernas com maior tolerância a doenças. No entanto, problemas como a escaldadura da ameixa ainda representam desafios. O manejo integrado de doenças e o uso de técnicas como poda adequada e tratamento de inverno ajudam a reduzir os impactos”, detalha.

 

Apesar dos avanços, os produtores ainda enfrentam desafios, especialmente com a escaldadura da ameixa, uma doença bacteriana que afeta a planta, e o Piolho-de-São-José, uma praga que prejudica principalmente as ameixeiras jovens. “Para lidar com esses problemas, são adotadas práticas de manejo integrado e tratamentos de inverno, além do uso de variedades geneticamente mais resistentes”, explica.

 

Economia local 

Viana ressalta que a produção de ameixa no Sul de Santa Catarina concentra-se nos municípios de Urussanga, Cocal do Sul, Pedras Grandes e Treze de Maio. “Isso representando cerca de 5% do volume estadual. O diferencial da região está na precocidade das frutas, graças ao clima mais quente, o que permite que as ameixas sejam colhidas mais cedo e comercializadas a preços melhores. Essa atividade é especialmente importante para a economia de Urussanga e Pedras Grandes, que possuem as maiores áreas produtivas, gerando empregos e movimentando a cadeia produtiva da fruta”, frisa.

 

Variedades mais cultivadas na região:

Letícia: apresenta alta produtividade, boa qualidade dos frutos e é bem aceita no mercado.

Pluma 7: também reconhecida pela excelente produção e qualidade, destacando-se pela sua aparência e sabor.

“Ambas são variedades adequadas para atender à demanda do mercado interno e possuem características atrativas para o consumidor”, pontua o engenheiro agrônomo.

 

Colaboração: Olhar do Agro 

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