Um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), que aguarda meses e até anos por uma consulta com especialista ou procedimento de alta e média complexidade, quando é chamado para ser atendido simplesmente não comparece. A situação pode parecer estranha, mas é muito comum e chega a índices preocupantes. Em Içara, por exemplo, o número de faltosos corresponde a pelo menos 30% do total de atendimentos.
Conforme um levantamento feito pela Coordenadoria de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do município, divulgado em dezembro, até o mês de novembro do ano passado, 2.176 atendimentos não foram realizados pelo não comparecimento dos pacientes em consultas médicas. E a tendência se mantém neste ano.
“Ainda temos muitas perdas de consultas daquele paciente que está esperando a um bom tempo, é avisado, mas não avisa que não quer ir ou que não pode ir na data agendada. Se avisar, outro pode ser chamado. Há uma dificuldade de encaixar quando não há o aviso com antecedência de 48 horas. Quando o paciente falta, o município paga e perde a consulta ou exame”, explica a enfermeira Camila Martins, coordenadora de Controle e Avaliação e Regulação do município.
Ela informa que, quando não comparece, o paciente volta para o final da fila. “Se houver uma justificativa plausível para a falta, ele deve apresentar à Secretaria de Saúde e será reinserido no sistema. Mesmo que volte para o fim da fila, na regulação esse paciente terá novamente o acesso mais rápido”, orienta o técnico de enfermagem Carlos Ferreira Júnior, que responde pelo setor de Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
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