domingo, 18 maio, 2025
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Evento sobre desafios e percepções intersetoriais da violência infantojuvenil acontece amanhã em Criciúma

Em alusão ao Dia Nacional de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, celembrado no dia 18 de maio, a Prefeitura de Criciúma, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) e as Clínicas Integradas da UNESC, promove mais uma ação da campanha de prevenção Maio Laranja. Na próxima segunda-feira (19), será realizada uma roda de conversa com o tema “Desafios e Percepções Intersetoriais da Violência Infantojuvenil em Criciúma”. O início do evento está marcado para às 13h30, no Auditório Edson Rodrigues, na UNESC, ocasião em que também haverá a apresentação do Boletim Epidemiológico da Situação da Violência Infantojuvenil e o lançamento do livro “Alerta na Floresta”.

 

O encontro reunirá profissionais da rede intersetorial com o objetivo de promover o diálogo e a reflexão sobre os desafios no enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes em Criciúma. Participarão da roda de conversa representantes da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Educação, da Secretaria de Assistência Social, assim como representantes da Segurança Pública, da Justiça, da Câmara de Vereadores, da UNESC e da Vigilância das Violências do município de Criciúma.

 

Lusiane Mendes, técnica do Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde (NUPREVIPS) destaca a atuação do setor na prevenção e combate a violência sexual infantojuvenil. “O núcleo é um serviço da Vigilância Epidemiológica de Criciúma que monitora as situações de violência e promove o cuidado por meio da rede de atenção, com articulações e capacitações à rede intersetorial e, com isso, contribui para reduzir a subnotificação dos casos. Hoje existe uma estimativa de que apenas um a cada seis casos são notificados. Precisamos romper estes ciclos de violência, romper o silêncio e colocar essas crianças em Linha de Cuidado”, ressalta.

 

*Livro Alerta na Floresta: uma ferramenta no enfrentamento a violência sexual infantojuvenil*

 

O evento também marcará o lançamento do livro “Alerta na Floresta”, de autoria da assistente social do NUPREVIPS, Andrea Vieira da Silva. A autora comenta que a ideia para o livro surgiu no contexto do trabalho, diante das fichas Sinan recebidas diariamente sobre situações de violência sexual infantojuvenil. “Para as crianças existe um agravo muito grande, porque nem sempre elas reconhecem que é uma agressão sexual. O livro traz uma história em que a questão da agressão sexual é abordada de uma forma muito sutil, mas ela também abre uma percepção para que a criança reconheça esse abuso sexual”, explica.

 

O livro conta a história de um personagem que sofre violência sexual praticada por um parente, refletindo uma realidade preocupante, já que, na vida real, os principais agressores sexuais são pessoas próximas da vítima. “Os agressores utilizam de meios que confundem a criança e acabam vinculando ela a essa agressão sexual de uma forma que, muitas vezes, a criança nem percebe que está sofrendo essa violência. Por fim, o livro tem um espaço onde a criança pode desenhar quem é o possível agressor, caso ela se identifique com a história apresentada. No entanto, tudo é feito de uma forma lúdica, com personagens do folclore, para que o livro seja utilizado por um profissional como uma ferramenta que vá conduzir esse processo sem trazer à tona um trauma muito grande, ou seja, sem revitimizar a criança”.

 

Andrea espera que a obra se torne uma ferramenta útil para que os profissionais possam utilizar tanto na prevenção da violência sexual infantojuvenil quanto na descoberta de uma possível situação de abuso. “Para uma criança ou adolescente, é muito difícil comunicar quando ela percebe a situação, porque ela é envolvida em uma manipulação psicológica para guardar segredo e, no final, ela também se sente culpada. Além disso, muitas vezes o agressor é o responsável pela casa. Existem muitas situações envolvidas e o livro traz essa sutileza”, enfatiza.

 

*Rede de proteção contra o abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes*

 

A participação da comunidade escolar é essencial na prevenção do abuso sexual infantojuvenil. O fortalecimento da rede de proteção, por meio da parceria entre escola e família, cria uma base sólida de apoio, capaz de identificar sinais de abuso e agir com celeridade. Famílias e educadores bem informados ajudam a romper tabus e incentivam o diálogo aberto com crianças e adolescentes, promovendo um ambiente de confiança onde os alunos se sintam seguros para se expressar e relatar situações de risco.

 

Quando professores, funcionários e familiares estão preparados, conseguem perceber mudanças sutis de comportamento que podem indicar abuso e proporcionar intervenções imediatas. Essa colaboração também amplia a eficácia das ações preventivas, para que elas se tornem mais completas e adequadas aos diferentes contextos vividos pelas crianças.

 

 

Texto: Mariana Machado

Fotos: Freepik/Reprodução

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