Acadêmicos constroem bagagem que vai muito além do conhecimento técnico da graduação
“Eu vim aberta a me apaixonar e estou me apaixonando a cada dia mais pelas oportunidades que a Unesc proporciona”. A afirmação é da acadêmica da terceira fase do curso de Fisioterapia, Gizela Neto, de 21 anos. Natural de Luanda, na Angola, Gizela veio para o Brasil especialmente para estudar na Unesc e, em um ano de experiências, já coleciona vivências que considera inesquecíveis.
A estudante faz parte da gama de estrangeiros que encontra na Universidade, de caráter Comunitário, uma segunda casa. Passaportes oriundos de Angola, Argentina, Benin, Congo, Gana, Haiti, Paraguai, Peru e Venezuela, entre outros países, tem o carimbo do Brasil eternizando o período de aprendizados em todos os âmbitos da vida. Sob comando do Escritório de Relações Internacionais, a Unesc recebe esses estudantes de forma calorosa, pronta para transformar vidas.
Ao menos é o que garante Gizela. O carinho de colegas, professores e coordenadoras, conforme a acadêmica, deixa a jornada mais leve. Apesar do olhar diferenciado, é na prática do dia a dia que os estudantes, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, constroem suas formações e vislumbram um futuro feliz e promissor.
“Já participei de diferentes projetos de extensão, me envolvo com a turma, pude conhecer cidades da região e aproveito todas as oportunidades que me são apresentadas. Eu vim disposta a amar tudo aqui, me apaixonar pelas experiências, e é isso o que estou encontrando. Já quero ingressar no mundo da pesquisa também, pois sei que vou amar e vai ser mais uma porta aberta pela Universidade”, descreve.
No total a Unesc conta com aproximadamente 40 estudantes oriundos de outros países. São diferentes idiomas, culturas e sonhos que encontram, na Universidade, o caminho a trilhar. Conforme o Planejamento da Instituição, a ideia é que tais números sejam cada vez maiores. “A troca possibilitada por meio do intercâmbio de estudantes é imensurável. Temos aqui uma Universidade internacionalizada, com nível elevado na qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão e que tem muito a compartilhar. Mais do que isso, temos também muito a aprender com novas culturas e visões de mundo. É por isso que temos o propósito de ampliar mais e mais tais trocas”, enaltece a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.
Objetivo: multiplicar experiências
Ela, que já estudava a área da Fisioterapia por meio do sistema educacional de Angola, no qual os adolescentes já optam por uma linha no estudo técnico no Ensino Médio, tem apreço especial pela neurologia, porém, nem em uma área preferida Gizela quis firmar raízes. “Não tenho interesse em estudar apenas as questões ligadas à neuro por ser algo que já gostava. Já mentalizei que quero conhecer todas as áreas, o máximo possível, e depois pensar bem em qual delas quero me aprofundar ou até em quais delas, se for o caso. Tenho infinitas possibilidades aqui e quero aproveitá-las”, revela.
O idioma não foi empecilho nenhum para o aprendizado no caso de Gizela. Apaixonada por novelas, ela já assistia os canais brasileiros por curiosidade e, pela dramaturgia, já conhecia a forma de falar e até gírias brasileiras. “Claro que a Língua Portuguesa por si só me facilitou um pouco, mas mesmo com as diferenças e os desafios que elas representam, vale muito a pena se ‘jogar’ nesse processo de estar em um lugar totalmente diferente, com páginas em branco para preencher”, exalta a acadêmica, que veio com a mentalidade de fazer amigos brasileiros em meio ao processo de formação e naturalmente coloca isso em prática.
“Muitos estudantes estrangeiros acabam se fechando dentro da própria comunidade e não se abrem ao novo. Mesmo tendo muitos amigos angolanos, em vim querendo aproveitar essa chance para conhecer o modo de vida e os brasileiros. Isso tem ampliado ainda mais as minhas vivências”, observa.
As experiências também são incontáveis para o acadêmico do curso do curso de Administração, Inácio Sita. Além de mergulhar nas atividades da graduação, o estudante já faz parte do Coral Unesc e encontra na música mais uma oportunidade de integração.
“Eu sempre gostei de cantar e no coral eu me encontrei muito. É um lugar onde eu me sinto muito à vontade porque todo mundo se trata como família. Estou muito feliz por fazer parte de um grupo tão inclusivo e em tão pouco tempo farei o meu primeiro solo. Não imaginava ser aceito na audição e foi uma surpresa muito especial conseguir essa notoriedade”, observa Inácio.
Universo de possibilidades abraçadas
Essa gama de possibilidades encontradas dentro da própria Universidade, para a coordenadora do Escritório de Relações Internacionais da Unesc, Vanessa Moraes de Andrade, enche os olhos dos estudantes que encontram na Instituição uma porta de entrada para um mundo novo.
“Percebemos que os estudantes estrangeiros chegam dispostos a aproveitar muito desse universo disponível na Unesc. Eles costumam pesquisar muito sobre a instituição que escolhem e já chegam cheios de expectativas para participar de diferentes projetos. Isso engrandece demais a bagagem conquistada ao longo da graduação”, aponta.
“Estamos em um momento no qual a Universidade está comprometida em potencializar ainda mais as relações internacionais e, por isso, temos nos dedicado a aprimorar os processos de recepção dos estudantes e feito novas prospecções para que as conexões sejam ampliadas. Queremos identificar pontos a melhorar e atrair cada vez mais estrangeiros para nos possibilitar trocas tão ricas como as que temos acompanhado”, acrescenta.
No início deste semestre um encontro realizado pelo Escritório foi mais uma forma de reunir os estudantes estrangeiros e ouvir suas experiências, expectativas, impressões e anseios. “Foi muito produtiva essa troca. Pretendemos promover estes momentos com mais frequência, pois sentimos que foi importante para nós e para eles”, ressalta Vanessa.
A Unesc conta com 45 acordos de cooperação internacional oficializados, o que possibilita intercâmbio de acadêmicos e professores, além de projetos e pesquisas realizadas de forma colaborativa.
Colaboração: Agecom