Nesta quinta-feira, dia 22, é celebrado o Dia Mundial da Água, data que leva a uma reflexão maior sobre este bem tão essencial para o mundo, mas que é finito. Para José Carlos Virtuoso, mestre em Ciências Ambientais, professor universitário, e que tem em seu currículo várias participações em fóruns e comitês sobre o assunto, as ações com o objetivo de causar menos poluição aos mananciais precisam ser mais concretas.
“A gente observa que realmente este assunto é comumente discutido. É importante esta discussão. Mas o que a gente observa também é que infelizmente não passa apenas de discussões sobre o que deve ser feito. Fica somente nisso. As ações concretas, que são o que realmente vão fazer a diferença, não acontecem ou, se acontecem, é de forma muito lenta. Isso é preocupante”, diz o pesquisador.
Ele ainda dá um exemplo sobre o assunto. “Há diversos debates sobre despoluição de rios, aqui mesmo na região. Mas infelizmente não passa de uma questão de conversa, de debate. E ao mesmo tempo que apenas se pensa em despoluir e não se faz nada referente a isso, residências e empresas continuam jogando seus dejetos nos rios. É muito complicada a situação”, considera.
Para que se possa manter a água límpida, em condições de ser utilizada pelos seres humanos, há projetos a curto, médio e a longo prazo. O professor cita exemplos que precisam ser realizados de forma imediata. “Há pontos fundamentais, como a proteção das nascentes, a ampliação da recuperação das margens de rios e de imediato cessar o lançamento de esgoto nos rios, que é algo que os municípios ainda não conseguiram”, ressalta Virtuoso.
Ele também cita os trabalhos de educação ambiental. “Aí está outro ponto em que precisamos ser mais efetivos. Trabalhar com as crianças é algo fundamental, é muito importante. Mas é algo a médio prazo. A conscientização também deve ser feita com os adultos, a ponto que possamos ter mudanças agora”, enfatiza.
Especial Jornal Gazeta