Por Alexandra Cavaler
No dia 21 de setembro, neste sábado, comemoramos o Dia da Árvore, uma data que nos convida a refletir sobre a importância das árvores para o nosso planeta e para a vida em todas as suas formas. A data também tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da riqueza natural. Além disso, as árvores desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico, atuando como pulmões do mundo ao absorver dióxido de carbono e liberar oxigênio.
Além de contribuírem para a qualidade do ar, as árvores também oferecem abrigo e alimento para diversas espécies, ajudam na conservação do solo e regulam o clima. “Em um momento em que as questões ambientais são mais urgentes do que nunca, é fundamental que cada um de nós assuma a responsabilidade de cuidar e proteger essas preciosas aliadas da natureza. Uma vez que a árvore tem a sua função técnica à sociedade, digamos assim, como a captura de gases mais poluentes, a liberação de gases, sombra, frutas entre outras coisas. Mas eu queria tocar num ponto que eu acho que é muito importante, no ponto que a árvore é para as pessoas de algumas gerações, uma amiga do quintal”, enfatizou Paulo Cadallora, presidente do Instituto Alouatta, de Treviso.
Quebra-cabeça da natureza
Conforme Cadallora a data é uma forma importante de conscientizar as pessoas, “mas é preciso que esse contexto seja valorizado e trabalhado todos os dias uma vez que todos os elementos naturais fazer parte do nosso cotidiano. Até porque, se formos analisar, as nossas cidades foram estruturadas ao longo da Mata Atlântica. Então, essa consciência é sobre a real função que a árvore tem na vida do ser humano. Cabe ainda ressaltar que nessas datas, claro, se chama mais a atenção, se trabalha mais o tema. E agora a gente está num momento agudo, de mudanças climáticas para as quais já se vem alertando há algum tempo, mas também acredito que estamos cada vez mais próximo de ter um momento onde a sociedade vai ter o entendimento sobre o que realmente quer. Esse é um dos desafios que a gente tem”.
O presidente da instituição também diz acreditar que todos nós fazemos parte do quebra-cabeça da natureza. “Acredito que fizemos parte deste importante quebra-cabeça que é a natureza, mas por algum motivo, chegou um momento que a gente meio que se separou. Acabamos achando que não fizemos parte disso. Na verdade, a gente faz parte tanto quanto. E com uma responsabilidade a mais. Nós somos os seres mais desenvolvidos. É o que eu sempre digo e eu penso assim: fomos trazidos para cá (mundo), independente da nossa crença, com o objetivo de sermos o jardineiro desse lugar, mas em algum momento da história deixamos de quer ser o jardineiro para sermos donos. E acho que é aí que foi a nossa falha. Porque cuidar é a nossa função. E essa palavra: cuidado, é o que vai nos levar para uma sociedade melhor.
Envolver a criança no processo de cuidado é fundamental
Em um mundo onde a conscientização ambiental é cada vez mais necessária, as crianças estão se destacando como verdadeiros guardiões da natureza. Em várias localidades, grupos de crianças têm participado de mutirões de limpeza em parques, praias e áreas verdes. Além disso, muitas escolas têm promovido projetos de jardinagem, onde os alunos plantam flores e árvores, criando habitats para pássaros e insetos. O Instituto Alouatta é bom exemplo disso, pois está envolvido com a educação ambiental em toda a região carbonífera, recebe em seu espaço, com 15 hectares, e já são34 mamíferos registrados circulando dentro da área.
“Essas experiências não só ensinam sobre ecologia, mas também cultivam um sentimento de pertencimento e responsabilidade. Além disso, levar a criança para ter contato com uma árvore, seja numa praça ou num parque, faz com a mesma crie uma memória afetiva, ou seja, o importante é criar essa experiência com a criança de uma forma que ela se aproprie daquilo. Sem contar que elas são fundamentais na propagação das informações e tem muita força dentro de suas casas para passar seu conhecimento. Um exemplo disso aconteceu no Instituto quando uma criança que participou de uma atividade, onde mostramos a importância de os pássaros poderem voar, não ficar presos em gaiola. Dias depois da atividade ela chegou com o avô pelas mãos, ele segurando uma gaiola com um pássaro dentro e ela disse: “vô é aqui que os passarinhos voam”. Acredito que isso exemplifique bem a importância das crianças estarem envolvidas nesse processo de cuidado”, ressaltou Paulo Cadallora.
Colaboração: jornal Tribuna de Notícias