A descoberta foi feita durante um trabalho de licenciamento ambiental para uma pedreira na região, localizada na bacia hidrográfica do rio Madre
Felipe Réus Colonetti, um içaranse de 38 anos, bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade do Extremo Sul catarinense (Unesc) desde 2010, encontrou uma nova espécie de peixe na Mata Atlântica em Paulo Lopes, identificado como Listrutra gyrinura. A descoberta foi feita durante um trabalho de licenciamento ambiental para uma pedreira na região, localizada na bacia hidrográfica do rio Madre.
Após estagiar na Fundação Municipal do Meio Ambiente de Içara (Fundai) durante a fase final de sua graduação, Colonetti adquiriu experiência no ramo de licenciamento ambiental. Motivado por seu conhecimento técnico e estágio, decidiu empreender nessa área e fundou sua própria empresa, a Ecobase – Engenharia e Meio Ambiente, sediada em Içara. A empresa atende a demandas de licenciamento ambiental nos três estados da região sul do país.
“Os trabalhos de licenciamento ambiental, principalmente os vinculados a atividades de maior impacto ambiental, requerem uma série de estudos para atender a instruções normativas pertinentes, tanto municipais, quanto estaduais ou federais. Um deles é o levantamento do meio biótico (fauna e flora), o qual é desenvolvido pela Ecobase com excelência” destaca o biológo.
Mais detalhes sobre a descoberta da nova espécie
Durante o trabalho de licenciamento ambiental para a pedreira em Paulo Lopes, Colonetti encontrou uma espécie de peixe da Mata Atlântica que ainda não havia sido descrita pela ciência. Desde o momento da coleta, ele ficou intrigado com a identificação do peixe, pois não havia tido contato com aquela espécie antes. “Com isso, logo conversei com um colega biólogo chamado Caio Feltrin, para que pudéssemos encaminhar alguns espécimes do peixe coletado até o laboratório de ictiologia da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], especialista na identificação, descrição e catalogação de peixes, uma vez que o mesmo já havia tido contato com o professor responsável pelo local”, explica o biólogo.
Após três anos de intensos estudos morfológicos e genéticos, chegou-se à conclusão de que o peixe coletado durante o estudo realizado pela Ecobase em Paulo Lopes era, de fato, uma nova espécie ainda não descrita pela ciência. A descoberta foi então documentada em um artigo científico, permitindo que a comunidade científica tomasse conhecimento desse importante achado.
“Para mim é uma realização profissional imensa, pois acredito que o sonho de todo biólogo é poder descobrir uma nova espécie e contribuir de forma significativa para a ciência e comunidade”, conclui o biólogo içarense.
Redação Içara News