Para muitas pessoas o Natal é considerado uma época alegre, de reuniões familiares e expectativas otimistas. Porém, algumas pessoas vivenciam sentimentos de solidão, desamparo e desânimo, essa condição é chamada de depressão natalina.
Mas por que algumas pessoas sentem-se assim? Bem, existem alguns fatores que podem contribuir para a depressão natalina, tais como: aumento do stress devido a correria de final de ano, por exemplo; fadiga após um ano de muito trabalho e afazeres; expectativas não realizadas que lembramos fazendo uma respectiva do ano que se encerra; dificuldade em estar com a família; lembranças de celebrações passadas e comparações, exemplo, “ano passado tive um natal farto, este ano devido a condições financeiras não posso mais presentear a todos ou fazer uma grande ceia”; pressão social para consumo excessivo, onde a mídia impõe que devemos comprar presentes de natal, decorações natalinas, alimentos típicos desta época; mudança da dieta; mudança da rotina; lembrança de um ente querido que faleceu e não estará mais participando das celebrações, etc.
E como podemos então nos defender dessa depressão de Natal? Primeiramente deve-se minimizar as expectativas do Natal e celebrá-lo como uma festividade normal, de acordo com as crenças de cada um, sendo importante o estabelecimento de vínculos. Algumas pessoas não conseguirão passar com a família, mas ao invés de se lamentarem porque os filhos ou netos estão longe, podem criar alternativas para não passarem a sós, por exemplo, convidando um amigo ou um vizinho para celebrar junto. Também é importante não criar expectativas grandiosas e de difícil execução para o ano que se inicia, mas manter os “pés no chão”, estabelecendo metas executáveis, pois caso contrário as metas “não saem do papel” e nos sentimos frustrados.
É importante organizar um programa para esse período de festas, planejando com quem irá passar, de que forma, em que local, e lembrar-se que independente da atual situação financeira sempre restam alternativas para usufruir de momentos agradáveis.
É importante também praticar ao menos 30 minutos de atividades físicas diárias ao ar livre, os exercícios auxiliam na diminuição dos níveis de estresse, tensão e depressão. Mas acima de tudo, exercitar o pensamento positivo, deixando de visualizar as situações sob um olhar negativo, culpabilizando terceiros ou a própria vida, mundo, universo, etc, pelo o que tem vivenciado. Se você não está satisfeito com o modo em que tem vivido, o que VOCÊ pode fazer para sentir-se mais satisfeito? Para mudar essa situação? Sempre restam alternativas, nem sempre elas são o que mais gostaríamos no momento, mas basta nos esforçarmos um pouquinho que veremos alternativas que minimizam nosso descontentamento.
Para concluir, devemos então, evitar mudar bruscamente nossos ritmos e particularmente os do sono; não beber álcool em excesso; não exagerar na comida; não ter expectativas irrealizáveis; evitar focar no que não temos e visualizar e ser grato ao que temos hoje; não lamentar o passado, mas fazer propósitos para o futuro que sejam realísticos e concretos; organizar o próprio tempo; fazer listas de prioridades; fazer um plano executável e segui-lo. E acima de tudo permitir-se sentir, pois a época do Natal pode evocar muitos sentimentos, que então, os sintamos e os consignifiquemos.
Sarahuana Lourenço
Bacharel em Psicologia e Psicoterapeuta Corporal – CRP 12/14609