quinta-feira, 28 novembro, 2024
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Dengue: comportamento da população pode ajudar no combate à doença

Em 2023, 160 focos do mosquito foram encontrados em oito municípios da Amrec - Foto: Nilton Alves

Por Alexandra Cavaler

 

O verão é o período de maior transmissão das arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos). Isso porque a combinação de calor e chuvas, característica dessa época, promove o ambiente ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, Zika e chikungunya. Diante disso, municípios se organizam e intensificam ações de conscientização, orientação e de combate.

 

Um bom exemplo vem da cidade de Içara onde a Vigilância Epidemiológica iniciou nesta semana o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira), visitando imóveis de todos os bairros do município. O objetivo é o de identificar a quantidade de focos do mosquito transmissor da doença e direcionar as estratégias de combate.

 

“O Lira serve para fazermos um controle mais rápido dos focos, o que vai permitir o conhecimento por amostragem da quantidade de imóveis com a presença do transmissor da dengue, o Aedes aegpty. Nós temos o mapeamento de todos os bairros. Através de um sorteio dos locais, faremos uma amostragem de 20% do município, para constatarmos se há larvas, eliminarmos os criadouros, e verificarmos a incidência de focos”, detalha a agente de endemias da Vigilância Epidemiológica de Içara, Silvia Pereira da Rocha.

 

De acordo com o secretário de Saúde, Sandro Ressler, é fundamental que os moradores colaborem, sendo solícitos ao receberem os agentes que irão vistoriar a parte externa dos imóveis. “O último levantamento apontou 86 focos do mosquito no município, o que nos faz ficar em alerta. Nunca é tarde para relembrarmos como a população pode nos ajudar no combate à dengue: elimine qualquer tipo de água parada dentro ou fora de casa. Essa é uma responsabilidade que precisa ser cumprida por todos”, enfatiza. Se focos com larvas forem coletadas o material será enviado ao laboratório que determinará se há, ou não, a presença do Aedes Aegypti no local.

 

Casos rgistrados

Até agora, o ano de 2023 foi o que mais registrou casos de dengue no estado. Foram 119.525 casos confirmados, com 98 óbitos. Esse dado é preliminar e ainda pode sofrer alterações, segundo a Dive. Os dados de 2024 vão começar a ser divulgados a partir da semana que vem, nos informes epidemiológicos da DIVE/SC.

 

“Ainda é muito cedo para já termos um cenário deste ano. O que fica de alerta para a população é que temos a presença do mosquito, disseminada pelo estado, e temos os vírus, especialmente da dengue e da chikungunya, circulando. Além disso, temos uma condição climática muito propícia para a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Essa combinação mostra que é preciso manter semanalmente a vistoria nas casas, quintais e ambientes de trabalho. Precisamos eliminar os potenciais criadouros do mosquito, pois essa continua sendo a melhor estratégia de prevenção”, destaca o diretor de vigilância epidemiológica de SC, João Augusto Brancher Fuck.

 

Sintomas da doença:

 

Febre baixa a febre alta incapacitante (39° a 40°C) de início abrupto, associada à forte dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dores musculares, nas articulações e fraqueza. Esses são os principais sinais e sintomas da dengue. Manchas pelo corpo aparecem em metade dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. A Secretaria de Estado da Saúde orienta que ao apresentar algum desses sinais e sintomas, deve-se procurar atendimento médico para evitar o agravamento do quadro.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até junho de 2023, ocorreram 2.162.214 de casos e 974 mortes por dengue no mundo. Em 2022, foram notificados 2.803.096 casos de dengue na Região das Américas, sendo a maior parte deles no Brasil (2.383.001), que também liderou a ocorrência de formas graves, juntamente com a Colômbia.

 

Ministério da Saúde incorpora vacina no SUS

 

Ministério da Saúde incorporou, no final de dezembro, a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias.  A incorporação do imunizante foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) e passou por todas as avaliações da comissão que recomendou a incorporação. Segundo o laboratório, a previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses.

 

Imóveis com foco de Aedes aegypti, segundo tipo, SC, 2023

Tipo de Depósito Total %
Comércio 29992 40,92
Outros 12493 17,04
Ponto Estratégico 6212 8,47
Residência (com armadilha) 15873 21,65
Residência (sem armadilha) 8005 10,92
Terreno baldio 726 0,99
TOTAL  73301 100

 

Fonte: jornal Tribuna de Notícias

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