Por Alexandra Cavaler
O cultivo da melancia é uma atividade econômica importante para várias regiões do Brasil, principalmente aquelas com climas quentes e pouca chuva. A hortaliça, popularmente chamada de fruta, é cultivada em quase todas as regiões tropicais, subtropicais e temperada. Além disso, é importante para a economia local e para o desenvolvimento rural, pois gera empregos diretos e indiretos.
Com uma cultura de ciclo curto, ou seja, os produtores conseguem colher e comercializar poucos meses, somente neste ano a produção deve gerar R$ 17 milhões nos municípios de Balneário Rincão, Içara e Jaguaruna, nos quais são plantados aproximadamente 700 hectares. De acordo com Emerson Evald, engenheiro agrônomo da Epagri, em Jaguaruna, os preços recebidos pelos agricultores está satisfatório. “No começo da safra, quando tinha menos oferta de fruto no mercado, porque a até meados de dezembro vem da região de São Paulo, se vendeu por R$ 1,10/kg. Agora, tem muita fruta também vinda do Rio Grande do Sul, que é um grande produtor, então o preço na lavoura está na faixa de R$ 0,80/kg. Claro, esse é o preço para quem embarca a produção em caminhão, em carretas, com capacidade de 15 toneladas, e que vão para grandes comércios como o Ceasa, por exemplo,” explicou.
Safra economicamente positiva
Evald ainda destaca que o clima foi muito favorável para o cultivo da melancia, nesta temporada. “Como o clima foi favorável, a colheita que já iniciou em meados de dezembro de 2024 e deve encerrar até o dia 20 de janeiro, há muita fruta a ser colhida. O que significa que a produção foi muito boa, em torno de 40 toneladas por hectare, e com excelente qualidade. Então, o produtor está muito satisfeito com a lavoura desse ano e está conseguindo entregar para o consumidor um produto excelente. Já com relação ao faturamento econômico, eu posso dizer que em Jaguaruna temos em torno de 500 hectares plantados e a expectativa de algo em torno de R$ 12 milhões gerados para o município. Já Balneário Rincão e Içara, juntos, deve ser algo em torno de 200 hectares plantados. Fazendo a média, podemos imaginar algo em torno de R$ 5 milhões, talvez mais. Isso, se tratando apenas de alguns produtores que conheço nos dois municípios”, relatou.
Plantio e colheita
Quando se trata de época do ano para o plantio, tipo de solo e clima, o engenheiro agrônomo fala dos fatores propícios da região para esse cultivo. “No sul catarinense, as lavouras de melancias são plantadas nos solos arenosos, então essa região mais próxima das praias é a área preferencial dos agricultores para fazer o cultivo com a melancia, que se dá muito bem nesse tipo de solo e nele dá um fruto de excelente qualidade. Desta forma os agricultores destes municípios, ainda podemos s incluir Araranguá, lidam com a fruta que tem a fase de plantio nos meses de setembro e outubro; e colheita que vai até final de janeiro, geralmente”, ressaltou Evald.
Protetor solar
A melancia também precisa ser protegida do calor intenso para garantir uma colheita saudável e produtiva. Pensando nisso e cansada de colher o fruto queimado pelo sol, Maria Bitencourt, junto da família, desenvolveu um protetor solar, ela conta um pouco dessa história.
“Nós usamos um protetor solar desenvolvido por nós mesmos, que se chama Calzin. Esse produto não deixa queimar, baixa a temperatura da planta e não sai com a chuva. Antes nós trazíamos o protetor de países como Israel e Estados Unidos, mas agora estamos fabricando e, com ele, já salvamos a nossa lavoura. Aliás, não só a nossa, mas de outros produtores da região”, contou a dona da Panfert.
Colaboração: jornal Tribuna de Notícias
