Se você passar por uma parada de ônibus vai perceber que raramente o passageiro não estará com o celular em mãos. Em shows musicais e jogos de futebol a situação é semelhante. Grande parte do público prioriza o uso do aparelho, seja para registrar o evento através de uma foto ou vídeo ou mesmo compartilhar a experiência nas redes sociais.
“Não tem como não usar celular. Hoje é tudo feito por ali. As conversas, por exemplo, hoje elas acontecem tudo via WhatsApp ou então pelo Messenger. Informações, principalmente nacionais, a gente busca muito pelo celular. A gente tira uma foto, já quer publicar, e portanto fizemos isso pelo celular. Não leio mais livro físico, é tudo livro virtual”, comenta o professor Sérgio Ronchi.
O educador reconhece que este aumento constante pode se tornar, em pouco tempo, uma grande preocupação. “O celular é meu fiel companheiro. Tudo ficou muito mais prático com ele. Mas claro, há a preocupação com o uso dele. A gente sabe que dentro de algum tempo, como para algumas pessoas, pode se tornar algo maléfico. A questão é saber como usar, mas sim, há uma grande preocupação”, conta.
“Crianças e adolescentes parecem zumbis”
O diretor escolar, Anselmo Chalmes, ressalta a grande preocupação que o uso de tecnologias vem gerando. “Hoje as pessoas estão tão conectadas, e eu como diretor percebo isso muito nas crianças e adolescentes, que parecem verdadeiros zumbis. As coisas acontecem na frente delas e não observam porque não conseguem largar o celular. A forma como ele é utilizado é preocupante”, considera.
Substituição ao contato físico
“O vício pelo uso digital está cada vez mais substituindo o contato físico. E este é um caminho sem volta. Cada vez mais a tecnologia vai ser utilizada. Mas a gente tem que separar a tecnologia que faz bem, ajuda na produtividade, daquela tecnologia que pode se tornar algo maléfico”, entende o psicólogo Eduardo Búrigo.
Ele ressalta que toda esta situação começou a virar um caso de saúde pública. “A fuga das pessoas do contato pessoal e migrando para o virtual tem que ser avaliada. Até porque esta é uma tendência que está ocorrendo. O uso da tecnologia por si só não faz mal a ninguém, mas o que faz mal é a forma como você a utiliza”, explica.