O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga comemora neste domingo, dia 01º de dezembro, 18 anos de uma atuação dedicada à preservação e conservação dos recursos hídricos. Criado com o objetivo de mobilizar a sociedade em torno da defesa e proteção das águas, o órgão tem se destacado por promover discussões importantes em torno da gestão hídrica, incluindo demandas relacionadas a disponibilidade, uso consciente e reuso da água.
O vice-presidente do Comitê Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, relembra os desafios enfrentados no início das atividades e celebra os avanços conquistados ao longo dos anos. “A primeira mobilização ocorreu por conta do assoreamento do rio e do comprometimento desordenado das áreas próximas ao estuário na barra do torneiro. Hoje, contamos com um plano de bacia que inclui diversas ações. No entanto, precisamos avançar para que essas ações saiam do papel e sejam efetivamente implementadas”, reforça.
Ao longo destes 18 anos, o Comitê tem sido um espaço fundamental para a discussão e busca da implementação de políticas públicas voltadas para a gestão e governança das águas. “Ter um espaço voltado à preservação dos ecossistemas da região é fundamental para garantir o uso sustentável e garantir a proteção dos recursos hídricos no futuro”, destaca Preve Filho.
Participação da comunidade
Num cenário de grandes desafios à efetivação da gestão hídrica de forma participativa e democrática, a presidente do Comitê, Lara Possamai Wessler, também ressalta a importância do envolvimento da comunidade para garantir a continuidade e o fortalecimento do trabalho realizado pelo órgão. “Sem a participação ativa da sociedade, é impossível progredir nas questões relacionadas à gestão hídrica. É essencial que a população se interesse e se envolva, não apenas em momentos de crise ou escassez de água”, alerta.
Até porque, o saneamento básico, tanto em áreas urbanas quanto rurais, e ações de mitigação dos impactos da mineração continuam sendo grandes desafios, na visão do vice-presidente do Comitê. “Precisamos avançar na questão do enquadramento dos corpos hídricos, que envolve a classificação dos trechos dos rios em termos de qualidade. Esse processo orientará os futuros tratamentos que os usuários de água deverão adotar para garantir a devolução da água usada com qualidade ao rio, o que implicará investimentos ambientais consideráveis”, explica a presidente.
Gestão e Governança das Águas
O Comitê conta, ainda, com o a atuação do ProFor Águas Unesc – a equipe da Entidade Executiva que presta suporte na realização de suas ações. Para o seu coordenador geral e coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da universidade, prof. doutor Carlyle Torres Bezerra de Menezes, ao longo destes 18 anos, desde a sua criação, o Comitê tem sido um espaço fundamental para a discussão e busca da implementação de políticas públicas voltadas à gestão e governança das águas. “E sobretudo, na busca por soluções e iniciativas que visem recuperação e revitalização desta bacia, que possui ainda um enorme passivo ambiental devido a degradação causada pela mineração de carvão em grande parte da sua extensão”, explica.
O professor destaca também que o Comitê ainda tem muito a conquistar nos próximos anos e que a união de todos é importante para que avanços sejam conquistados. “Tendo acompanhado os trabalhos desde a sua criação e participado dos primeiros estudos e levantamento de campo, é muito gratificante constatar o atual estágio de organização em que o Comitê se encontra. Mesmo tendo muitos desafios e metas a serem atingidas, conforme previsto no seu Plano de Bacia, é possível vislumbrar perspectivas positivas nessa construção coletiva, levando em consideração o contexto do atual programa estadual visando o fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas de Santa Catarina”, comenta.
Colaboração: Expressio comunicação