Campanha reforça a importância dos exames de rotina e de hábitos saudáveis para a saúde masculina, que vai muito além do câncer de próstata
Dirceu Nogueira sempre acompanhou sua saúde urológica, principalmente após os 50 anos. Olhando para trás, reconhece que deveria ter começado os exames antes. “Minha próstata já apresentava hiperplasia e meu PSA estava alterado. Em um exame realizado em 2023, ele aumentou muito, e meu urologista pediu exames mais detalhados. Neste momento foi descoberto um nódulo, que na biópsia se confirmou maligno”, relata.
O diagnóstico trouxe dúvidas e medo, então ele buscou opiniões de outros médicos e encontrou divergências sobre o melhor tratamento. Depois de um ano de reflexão, decidiu optar pela cirurgia robótica em Porto Alegre. “Antes da cirurgia, muitas dúvidas e medos me atormentaram, mas ocorreu tudo bem. Hoje mantenho uma vida sexual normal, sem problemas de ereção ou incontinência urinária. Tive a bênção de descobrir o câncer a tempo, antes que ele se espalhasse”, lembra.
“A grande maioria dos homens não faz os exames por falta de conhecimento. Essa doença não apresenta sintomas locais. Procurem fazer exames de rotina. Eles podem salvar sua vida”, acrescenta.
Conscientização
Casos como o de Dirceu reforçam a importância do Novembro Azul, campanha que alerta para a saúde do homem de forma ampla. Para o urologista Fábio Borges, histórias como a de Dirceu demonstram a importância de cuidar da saúde masculina de forma ampla. “A campanha começou como um movimento voltado à investigação do câncer de próstata, mas hoje também chama atenção para a saúde geral do homem. Em média, o homem morre sete anos mais cedo que a mulher. Um dos motivos é não se cuidar desde a adolescência até a vida adulta”, explica.
Além do câncer, o profissional ressalta que outras condições merecem atenção, como a hiperplasia prostática, as incontinências urinárias e a infecção urinária de repetição nas mulheres. “A hiperplasia prostática provoca sintomas silenciosos que, muitas vezes, passam despercebidos. Se não tratados, podem causar problemas graves, como a necessidade de sonda ou disfunção da bexiga. Por isso, durante o Novembro Azul investigamos sintomas, utilizando um score internacional que classifica a obstrução prostática em leve, moderada ou severa, orientando o tratamento conforme a gravidade”, afirma.
Borges reforça que a resistência de muitos homens em procurar atendimento está ligada a mitos sobre disfunção sexual e ao desconforto do exame de toque. “Há uma ideia equivocada de que qualquer procedimento na próstata causa disfunção erétil, mas as técnicas cirúrgicas evoluíram muito. Até procedimentos para hiperplasia prostática praticamente não afetam a função sexual. Além disso, o receio do exame e a pressão social contribuem para que o homem adie cuidados médicos”, cita.
O urologista lembra ainda que, culturalmente, o homem prioriza a família e negligencia a própria saúde. “Ele tem a impressão de que nada vai acontecer com a sua saúde, e isso adia a prevenção e o acompanhamento médico”, enfatiza.
Hábitos saudáveis
O especialista recomenda que o homem faça consultas pelo menos uma vez ao ano. No Brasil, a investigação do câncer de próstata é indicada a partir dos 50 anos, mas a tendência mundial é iniciar aos 40 anos, principalmente para rastrear doenças metabólicas como hipertensão, diabetes e dislipidemias. “Nesta faixa etária, o câncer de próstata é raro, mas doenças crônicas começam a aparecer e, se não controladas, podem prejudicar os sistemas cardiovascular, renal e nervoso. O acompanhamento precoce evita problemas futuros”, explica.
Como prevenção, os homens devem manter hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física pelo menos três vezes por semana, hidratação adequada e check-ups médicos periódicos, mesmo antes dos 40 anos. “Esses pilares ajudam a manter uma vida saudável, tanto urológica quanto cardiovascular. O cuidado preventivo é sempre o melhor caminho”, conclui.
DNA Comunicação
Texto: Marciano Bortolin (SC 3566 JP)
Assessoria de Imprensa: Dani Niero (JPSC 1323)

















