Balneário Rincão: resolução para seca nas lagoas está próxima  

Moradores de Balneário Rincão estão preocupados com a grande oscilação das águas no complexo lagunário, que compreende as Lagoas do Faxinal, dos Esteves e Mãe Luzia. Há algum tempo, o nível esteve muito alto, o que causou cheia e prejuízos em cultivos e em árvores da localidade.

 

Atualmente, o problema é inverso: o baixo nível e o grande recuo da água. De acordo com o coordenador regional do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Ibanez Zanette, a tubulação instalada durante o asfaltamento da estrada que liga o balneário à Barra Velha contribuiu para a alteração dos níveis de água. No local, existe captação do líquido para consumo. “A gente tem um complexo lagunário extenso no Balneário Rincão, mas, exclusivamente, falando das lagoas dos Esteves, Faxinal e Mãe Luzia, elas têm uma sequência de recurso hídrico com a nascente forte na Lagoa do Faxinal. Existe a captação para consumo. Passa um canal ao lado da Vila Suíça e contempla a lagoa dos Esteves, depois tem outro canal que liga com a Lagoa Mãe Luzia”, explica.

 

Antigamente, um morador local, chamado Mussuline Zanette, construiu uma espécie de comporta e fazia o controle das águas. Porém, com o asfaltamento do local, que contempla o acesso ao Balneário Barra Velha, houve a colocação de uma tubulação. E os problemas começaram. “Nesse canal, que liga com a lagoa Mãe Luzia, durante muitos anos, existia uma estrada, que ainda era de chão batido, e um morador fazia uma espécie de comporta, onde, conversando com os moradores, quando chovia muito, ela abria, chovia menos, fechava. Com o asfaltamento desse acesso, que liga ao Balneário Barra Velha, houve uma colocação de tubulação e ficou em nível muito alto. Com isso, a lagoa ficou extremamente cheia, então, houve a reclamação de alguns moradores”, diz.

Desta forma, a partir dos prejuízos para as pessoas, houve uma adequação no sistema, porém, sem sucesso. “Na época, a reclamação chegou até a gente: árvores caindo ou ocupando espaços que eram de margem, pedidos de recuperação de margens de Área de Preservação Permanente (APP) e houve uma redução dessa tubulação. Um rebaixamento naquela rodovia. E a gente acredita que essa redução foi drástica, foi feita com uma diferença muito grande e aconteceu esse assoreamento, a baixa das margens”, pontua.

Ministério Público fará recomendação à Prefeitura

 Ibanez destaca que é natural da região e sabe que a situação é delicada. “Eu cresci e vivo naquela região, então, as pessoas estão reclamando que a lagoa está baixa. Entretanto, recebo também informações de pessoas dizendo que a lagoa já esteve nessa situação, nos anos 90 e 2000”, comenta.

Alguns moradores reclamam que as águas nunca estiveram tão altas, já outros acreditam que os níveis estão muito baixos.

Com o parecer do IMA, e a partir das denúncias de moradores, o Ministério Público (MP) deve recomendar que o município construa uma nova comporta, com uma régua, para controlar os níveis de água das lagoas. “Estamos em contato com o Ministério Público, que recebeu essas denúncias, e com a prefeitura, através o prefeito Jairo (Custódio), que estão a par. Então, a nossa indicação técnica para o Ministério Público é que seja feita uma comporta definitiva, onde apenas o município tenha acesso e com estudo técnico colocando uma régua de nível máximo e mínimo, para que não ocorram mais essas divergências. Com esse estudo, chegaremos a um consenso. Com certeza, isso será encaminhado para a prefeitura e penso que o prefeito irá acatar”, finaliza.

Colaboração jornal Tribuna de Notícias/Tiago Monte 

Foto: Nilton Alves 

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