A Polícia Militar de Içara tem buscado utilizar os meios tecnológicos para melhorar os serviços prestados à comunidade. Entretanto, os avanços da tecnologia, por outro lado, também têm prejudicado as ações de segurança pública. Uma prática já comum em grandes cidades, e que vem abrangendo municípios menores, já chegou na região: os famosos avisos nas redes sociais sobre operações realizadas pela guarnição.
O principal alvo são as blitze de trânsito promovidas rotineiramente pela PM. Ao avistar as barreiras, motoristas informam sobre essas operações através do Facebook ou do WhatsApp, para alertar outros condutores. Mas a notícia pode logo chegar também até criminosos, que assim podem evitar os policiais. Os militares, por conta disso, também estão tendo que trabalhar de maneira diferente, para que possam conquistar êxito em suas atuações.
“Sabemos que existem esses grupos de avisos aqui em Içara, isso em todos os aplicativos e ferramentas que podem ser utilizados para avisar outras pessoas. E por conta disso, nós trabalhamos ao máximo para estar monitorando essa situação e também tentando fazer com que elas não prejudiquem”, comenta o tenente Anderson Galdino Torres, da Polícia Militar de Içara.
Entre as mudanças na forma de trabalhar da Polícia Militar, está a realização de blitze relâmpago. “O que acontece é de a gente não programar mais. Decidimos e vamos para o determinado local. Além disso, buscar uma atuação rápida, porém eficaz, para que não dê tempo de a informação chegar a outras pessoas. E também, alterando o local”, destaca o policial.
Torres apresenta algumas situações que os avisos via rede social podem trazer. “São vários os problemas que acontecem com a divulgação das blitze. Uma pessoa bêbada, por exemplo, ao saber que há blitz em um determinado local, vai encontrar um caminho alternativo. E ele ficando na estrada, pode causar um grave acidente, já que não está em condições de dirigir”, elenca.
“Outra situação é os roubos de carro. O ladrão vai lá, furta um veículo e fica informado de onde tem blitz. Assim, passa por um outro caminho, reduzindo de forma drástica a chance de a gente recuperar o veículo enquanto ele está em ação. Se passa pela blitz, é chamado a parar. Parou, a gente vai verificar que é roubado. Se não para, temos a certeza que há algo errado e então vamos atrás”, diz.
Especial Jornal Gazeta