Em campanha salarial, visando à renovação da convenção coletiva de trabalho, empregados de indústrias plásticas descartáveis, flexíveis e de reciclados de Criciúma e região, vão se reunir em assembleia nos próximos dias. De acordo com o sindicato que representa a categoria, a medida visa informar os trabalhadores sobre o andamento das negociações e deliberar sobre os próximos passos a serem seguidos.
“Quero chamar a atenção de todos os trabalhadores do setor plástico da região Sul para as nossas assembleias. Elas acontecem no dia 20 de agosto em Içara, dia 21 em São Ludgero, dia 22 em Criciúma e dia 23 em Urussanga. Ali, os trabalhadores, juntamente com a direção do sindicato, vão estar discutindo o fechamento ou os encaminhamentos que vamos ter na nossa negociação”, expõe Carlos de Cordes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região.
A quarta rodada de negociações entre representantes dos trabalhadores e da classe patronal foi realizada na última terça-feira, sem que houvesse um acordo. “Não foi possível avançar na negociação em nenhuma cláusula, pois a reforma trabalhista ainda impede qualquer avanço por parte do sindicato laboral. Também não houve retorno sobre o quadro comparativo enviado ao sindicato laboral em 1º de julho”, manifestou-se em nota a comissão de negociação, constituída membros do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc) e do Sindicato das Indústrias de Descartáveis Plásticos (Sindesc).
“Não foi diferente de outras reuniões. O sindicato patronal só quer retirar direitos e aplicar dentro da nossa convenção a reforma trabalhista. Não quer dar o aumento real aos trabalhadores, nem o abono e quer diminuir o adicional noturno para 20%”, argumenta De Cordes.
Nova proposta
Em nota divulgada anteriormente, Sinplasc e Sindesc negaram que a classe patronal esteja propondo retirar direitos dos trabalhadores, garantindo que, diante da lei de modernização trabalhista, a posição das empresas do setor plástico foi manter todos os direitos dos empregados, sem redução, como o adicional noturno (32,5%), e as horas extras (remuneradas em 50% as duas primeiras e em 100% as demais), com percentuais maiores que os estabelecidos pela legislação vigente.
Ainda de acordo com as entidades patronais, algumas vantagens, como o abono, por exemplo, dependem da negociação coletiva. “A qual está em andamento, mas com grandes dificuldades, pois o sindicato dos trabalhadores não aceita discutir uma proposta de convenção diferente da anterior, que se extinguiu em 31 de março”, argumentam em comunicado assinado pela comissão de negociação, formada por três membros do Sinplasc e três do Sindesc, mais um advogado trabalhista.
Especial Jornal Gazeta