Em campanha salarial, visando à renovação da convenção coletiva de trabalho, empregados de indústrias plásticas descartáveis, flexíveis e de reciclados de Criciúma e região participaram de oito assembleias promovidas em Içara, São Ludgero, Criciúma e Urussanga nesta semana. E as deliberações encaminharam para o estado de greve.
“Os trabalhadores rejeitaram a proposta da classe patronal e decidiram deflagrar o estado de greve. Vamos notificar as empresas na segunda-feira”, afirma do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região, Joel Bitencourt. Segundo ele, isso não significa que as atividades serão paralisadas. Pelo menos, não neste momento. “Vamos aguardar que os sindicatos patronais chamem para uma nova conversa. Não tem nada agendado ainda. De qualquer forma, nós temos uma reunião de diretoria marcada para o dia 30 e até lá a gente vê o que faz”, declara.
“O rito é este: eles precisam formalizar o estado de greve e não poderão paralisar as empresas antes de 48 horas após a notificação. Vamos aguardar que oficializem o resultado das assembleias, ver os pontos de divergência e esperamos que seja oportunizado o debate, que tem que ser agendado”, explica o secretário executivo do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc), Elias Caetano.
Ele faz parte da comissão de negociação constituída pela classe patronal, que conta ainda com um advogado trabalhista, mais dois membros do Sinplasc e três do Sindicato das Indústrias de Descartáveis Plásticos (Sindesc). “Nós entendemos que as assembleias foram pouco expressivas. A região tem 8 mil trabalhadores no setor e houve assembleias com 20, 30 pessoas”, completa Caetano. Ele diz que a proposta deliberada partiu de uma iniciativa unilateral dos sindicatos patronais.
“Na nova proposta, aumentamos o número de cláusulas de 26 para 34, sem oferecer redução ou retirada de direitos. A questão do abono ou PPR (programa de participação nos resultados) não foi incluída porque entendemos que deve ser objeto de negociação em mesa”, ressalta. O representante da comissão de negociação informa que também está previsto o desconto da contribuição sindical, desde que seja aprovado e autorizado individualmente, por escrito, pelo empregado. “Não vamos descontar sem a autorização individual, porque seria um risco para as empresas”, justifica.
Especial Jornal Gazeta