Nos últimos meses, os brasileiros têm convivido com uma série de aumentos em produtos considerados como essenciais para o dia a dia, que acabam pressionando para cima o índice de inflação. Com os preços em alta, os consumidores têm feito verdadeiros malabarismos financeiros para conseguir sobreviver.
“Todo tipo de gasto tem que ser bastante visto, não há como fazer nada sem um grande planejamento. Até o que a gente considera como essencial temos que cuidar na hora de comprar, avaliar se realmente é necessário, para que possamos sobreviver bem, pois as coisas aumentam, mas o salário segue o mesmo. Então temos que ter muito cuidado”, aconselha a dona de casa Lurdes Geremias, moradora de Içara.
Um dos principais itens a pesar no bolso é o preço dos combustíveis. Afinal, gasolina e óleo diesel sofreram uma série de reajustes, o que acaba impactando não só nos custos com transporte como no preço de outros itens.
“O valor da gasolina, mesmo, é algo que parece não ter controle. A cada semana é um valor diferente e sempre maior. Hoje já está quase R$ 4 (o litro). Não sabemos onde vamos parar com isso”, aponta o comerciante Roberto Reis.
Ele destaca que sente frequentemente o aumento do combustível exatamente por utilizar de forma constante seu veículo. “Trabalho com venda de roupas e uma ação que costumo fazer é levar até a casa do cliente, pois é uma forma de fidelizar, porque as pessoas não contam mais com tanto tempo para sair às compras. Mas hoje não está mais compensando. Não tem como manter desta forma”, coloca.
Na lista de produtos que têm registrado reajustes consideráveis nos últimos meses e gerado reflexo ao consumidor final estão também o gás de cozinha e a energia elétrica. No caso da energia, em Içara, a situação acabou minimizada devido à conquista de um subsídio por parte da Cooperaliança, empresa que atende a maior parte da cidade.
“Infelizmente, a crise política causa bastante interferência na economia, por isso é registrada esta série de aumentos em produtos tão importantes. E com isso, gera-se aumentos em outros setores também, que dependem desses produtos básicos”, comenta o economista Jorge Marcelino. De acordo com ele, há a necessidade de uma ação impactante para fazer com que os preços desses produtos tenham queda.
Especial Jornal Gazeta