Dia 2 de fevereiro de 1974, Neuzi Medeiros ingressava em seu primeiro emprego formal aos 17 anos. Tornava-se cobrador da Expresso Coletivo Içarense. Dois anos depois virou motorista da empresa e desde então não deixou mais este trabalho. Lá se vão 42 anos e cinco meses como funcionário da única empresa que realiza o transporte coletivo em Içara e em Balneário Rincão. “Quando entrei na Içarense tinha muitas linhas que ela não realizava, era outra empresa. Depois de um tempo ela foi comprando outras linhas e ampliando os serviços e hoje se tornou essa grande empresa. E eu, durante 42 anos, faço parte de toda essa história”, lembra o funcionário.
O motorista recorda de algumas situações que vivenciou ao longo desses anos. “Quando comecei era um período em que a estrada era bastante ruim. Da Vila Nova ao Balneário Rincão não tinha nada asfaltado, tanto que tinha vez que chegou a ter cinco ônibus atolados em Lombas Pedreiras. Eram péssimas as condições das estradas”, declara. Ele ainda ressalta que nas últimas quatro décadas viu as construções dos terminais rodoviários de Içara e de Criciúma. “Sequer havia a Avenida Centenário”, relembra.
Ele também destaca a influência que o trabalho teve na vida de sua família. Meu pai era pescador e a Içarense me abriu as portas e foi através dela que consegui criar meus filhos e consegui ter tudo o que tenho”, coloca. “A Içarense é um pedaço do meu coração, tenho um grande amor pela empresa. Sinto um amor como se fosse minha”, revela. A paixão pela atividade foi passada para os dois filhos. Thiago trabalha na empresa há 13 anos e atualmente é o gerente de tráfego. Já André chegou a ser funcionário da Içarense por oito anos e no momento é motorista em outra empresa de ônibus, realizando viagens de turismo.
Especial Jornal Gazeta