Aos nove anos de idade, Dudu Rodrigues descobriu uma paixão: observar o ser humano. Já aos 15, quando começou a desenhar, percebeu que era possível transferir essa paixão para o papel e, eventualmente, para a tela.
Aquele menino, que retrata a própria vida por meio da arte e que já expôs em vários lugares do mundo, agora chega ao Espaço Toque de Arte, da Unesc. Radicado em Criciúma, o paulista passou a apresentar, desde quinta-feira (3/10), cerca de 40 obras que compõem a exposição Happy Humans & My Infancy (Humanos Felizes & Minha Infância), que ficará em exibição até o dia 4 de novembro.
Ele lembra que a possibilidade de retratar as pessoas na arte se fortaleceu quando foi contratado para trabalhar como faxineiro. “Pensei: ‘é aqui que vou começar’, pois a empresa estava localizada na Rua São José Bonifácio, em São Paulo, que é muito movimentada. “Em seguida, fui chamado para trabalhar em um banco, onde consegui uma bolsa de estudos para frequentar a Faculdade Panamericana de Artes, considerada a melhor escola do segmento em São Paulo, e então descobri que o ser humano era o meu tema”, relata.
As obras de Rodrigues retratam pessoas consideradas pela sociedade como acima do peso, mas sem boca, olhos ou nariz. “Eu gosto do gestual das pessoas. Já as cores vieram porque sempre me atraíram. A escolha dos quadros para a exposição da Unesc foi especial. De um lado, trouxe obras que retratam a convivência, e do outro, as histórias da minha infância”, enfatiza.
Os trabalhos do artista já percorreram o mundo com exposições em locais como Paris, Miami, Boston, Nova Iorque, Portugal, entre outros.
Exposições constantes
Happy Humans & My Infancy é a 146ª exposição a ocupar o Espaço Toque de Arte, que localizado no Bloco Administrativo, recebe dezenas de visitantes todos os dias. A coordenadora do Setor de Arte e Cultura, Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, enfatiza que é possível aprender com cada obra apresentada no local.
“É sempre um exercício trabalhar com os editais ou trazer artistas convidados, como é o caso de Dudu Rodrigues. Esta exposição foi trazida pela Diretoria de Extensão, pelo Setor de Arte e Cultura, e também pelo Museu da Infância, que se preocupa com a educação como um todo, além de outras causas”, explica.
As cores vibrantes das telas de Rodrigues, que transmitem sentimentos de felicidade e vivacidade, chamaram a atenção de muitas pessoas já na primeira noite, como foi o caso de cerca de 80 alunos da Escola de Educação Básica (EEB) Padre Miguel Giacca, de Criciúma.
“Foi muito bom para os alunos encontrar o Dudu e ver que o artista está entre nós, e que também podemos ser artistas. O tema de que nosso corpo fala por nós, que não há padrão, é muito importante para todos nós”, afirma a professora de artes Maria Luiza Alberton.
Colaboração: Marciano Bortolin/Agecom/Unesc
Fotos: Éverton Horácio e Marciano Bortolin/Agecom/Unesc