Método de diagnóstico é menos invasivo e permite uma maior precisão na detecção da doença, segundo associações internacionais
De acordo com a Associação Europeia de Urologia e a Rede Nacional de Câncer dos Estados Unidos, a ressonância magnética deve ser considerada como abordagem inicial naqueles pacientes com suspeita clínica de câncer. Dados das entidades apontam que até 40% das pessoas que fizeram biópsia sem ressonância prévia e tiveram resultado negativo, acabam apresentando câncer de próstata quando a biópsia é repetida, porém guiada por exame de ressonância. Além disso, até 25% dos pacientes não precisariam fazer a biópsia se antes tivessem feito o exame de imagem.
O especialista Alexandre Salgado Boneti, médico Radiologista da Cliniimagem, considera a ressonância magnética promissora para o público masculino. “Isso porque, pela primeira vez, a gente tem a capacidade de diagnosticar o nódulo dentro da próstata. A ressonância, diferente do ultrassom, da tomografia, ela consegue mostrar o nódulo ainda pequenininho, dentro da próstata, antes de invadir qualquer órgão, antes de dar metástase. E conforme a gente está adquirindo experiência com esse novo método, ele vai cada vez sendo mais difundido”, explica o médico Radiologista.
Alexandre alerta também que os homens devem procurar um urologista a partir dos 50 anos, em casos sem histórico de câncer de próstata na família. “Se ele for obeso ou se ele tiver alguém na família, um irmão, um pai com histórico de câncer de próstata, esse homem terá que procurar a partir dos 45 anos um médico urologista”, enfatiza.
O médico Radiologista da Cliniimagem também lembra que o exame de toque retal ainda é muito importante no processo, porém, ele não é tão sensível, ou seja, não detecta todos os nódulos. “Quando o médico consegue detectar o nódulo no toque retal, a chance do paciente ter o câncer é muito alta, por isso que a ressonância continua sendo muito importante, podendo dar uma maior chance de cura para o paciente”, pontua.
“Por isso que o ‘Novembro Azul’ é tão importante”, afirma o médico, que completa: “Trazer à tona, à consciência, a importância da saúde do homem. Não só no câncer de próstata, mas saúde em geral, alimentação, ter um peso adequado para altura, atividade física. Isso tudo são medidas de prevenção do câncer de próstata e de prevenção de todas as doenças de uma forma geral”, conclui o Radiologista.
Mais informações sobre o mês do homem:
– A campanha Novembro Azul teve início há 20 anos, na Austrália. A iniciativa foi criada por um grupo de amigos que decidiu deixar crescer os bigodes durante o mês de novembro, como forma de chamar atenção para a saúde masculina e arrecadar fundos para a pesquisa do câncer de próstata. O movimento, que ficou conhecido como “movember” – uma combinação das palavras mustache, que significa bigode em inglês, e november, que significa novembro – ganhou popularidade e se espalhou por outros países, inclusive o Brasil.
– O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, reafirmando sua importância epidemiológica no país.
– A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais incidente em homens a partir da sexta década de vida, bem como, histórico familiar de câncer de próstata antes dos 60 anos e obesidade para tipos histológicos avançados. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, sendo responsável por 1% dos casos de câncer de próstata.
Fonte: Ministério da Saúde e INCA
Colaboração: DNA Comunicação